E se fosse mesmo «Um Problema Muito Enorme – Novíssimos Contos da Mata dos Medos»?
E é pois! Aconteceu, assim...
Chegou-me às mãos um convite muito especial: o lançamento do terceiro livro (tão esperado) da composição literária iniciada com Contos da Mata dos Medos (Lisboa Assírio & Alvim, 2003), o que nos garante que há «Um Problema Muito Enorme», lá para os lados de Almada. Informei já muitas pessoas de diferentes faixas etárias e a resposta foi unânime, convertendo-se num tom de alegria que ficou pelo ar. As solicitações vieram de seguida, e o tempo de espera, julgo, será cronometrado ao minuto.
Eu compreendo! Estamos perante mais um conto de Álvaro Magalhães que permite promover o prazer da leitura numa atitude literácita, e, simultaneamente, de volta às ilustrações de Cristina Valadas, onde o toque pincelado regista as grandes imagens e metáforas da essência do ser.
«‒ Um Problema muito enorme?», questionar-se-ia o leitor menos atento ou desconhecedor da obra deste mestre «brincador» (Magalhães, 2005), que ama brincar com as palavras, “limpando-as e acariciando-as”; ou ainda imaginar, construindo jogos linguísticos e cómicos ‒ de linguagem, de situação e de carácter ‒ que confirmam a diferenciação das suas histórias.
O título confirma, por si só, a presença desses jogos, bem como a dimensão lúdico-estilística, de grande valor literário, que tem sido ponto assente na construção textual do autor. Anunciada uma outra história vivida na Mata dos Medos, acresce validar a riqueza dos diálogos, estupendos na sua forma de acontecer, e aos quais se prendem, para além dos acontecimentos do quotidiano dos protagonistas, um assunto a resolver. Não fosse ele um problema muito enorme!
Ler Álvaro Magalhães é, sem dúvida, comprometer-se com um momento de grande fruição, onde nos vemos impelidos para a participação, num acto feliz de aprendizagem e de entretenimento. É, igualmente, manter um pacto de ficcionalidade com o autor e permitir que os momentos de estranhamento, como por exemplo, as denominadas perturbações da linguagem e do discurso, sejam sobretudo mais-valias para o nosso enriquecimento pessoal.
Se conhecem os espantosos animais da Mata dos Medos sabem o quanto ficou mais rico o acervo literário português (relativo à literatura de potencial recepção infanto-juvenil) com este terceiro episódio dos animais que vivem nesta mata. Caso ainda não se tenham deparado com eles, então, venham conhecê-los. Garanto, tomando a voz de muitos leitores, que nunca mais se afastaram deles!
Até breve,
Gisela Silva.
2 comentários:
Estou inteiramente de acordo que o escritor Álvaro de Magalhães é sem dúvida um mestre da literatura de potêncial recepção infanto-juvenil. São os alunos, do 1º ciclo, que o confirmam quando me ouvem ler histórias por ele escritas e ficam deliciados com a forma como brinca com as palavras.
Já conheço a sua 1ª obra "Conto da mata dos medos" e estou convicta que este novo episódio trará aos seus leitores novas e agradáveis leituras e aventuras.
Elisa
Olá Elisa.
O Álvaro é um escritor para todas as idades, mas o 1º ciclo adora ouvi-lo, brincar e aprender com ele.
Já há mais dois livros relativos aos Contos da Mata dos Medos. O último que refiro no blogue e ainda o 2º intitulado A Criatura Medonha. São, no seu conjunto, uma tentação! Quem já os leu confrma: o seu elevado cunho literário, a sua plurisotopia e a importância das temáticas que, reveladas num tom singelo, permitem trabalhar imensas competências com os alunos.
A colectânea até agora entregue aos leitores destina-se a todos (alunos ou não). São livros que nos permitem ler com entusiasmo e fazer parceria com a verdadeira essência do Ser-se integro e puro.
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