Autor: José Abílio Coelho
Ilustração: Domingos
Ano: 2009
Numa edição fora do mercado, chegou-me às mãos este livro do escritor e jornalista José Abílio Coelho que, desde logo, me envolveu numa comovente revisitação aos espaços onde se projectam os mistérios complexos da alma humana, evocadores de sentimentos, pensamentos e memórias onde é possível concretizar-se a sacralização do real.
Numa escrita límpida, segura, trave da recuperação de imagens sociais de tempos idos, assistem os leitores ao êxodo de António e Maria para a cidade, onde o encontro com uma realidade mais próspera aumenta o sentido da alteridade dos protagonistas, ajudando os familiares que permaneceram na aldeia.
Ao aproximar-se o Natal, a possibilidade de ficarem longe dos familiares “naquela noite maior” (Coelho, 2009:21) acentuam as saudades que são abruptamente interrompidas pelo nascimento de um filho, num tempo antecipado pelo “calendário da Natureza, cheio de jeito para contrariar as contas dos homens” (Coelho, 2009:22).
No entanto, esse Natal acontece na atmosfera da espiritualidade humanista. O “choro nítido de uma criança” (Coelho, 2009:29) anuncia um devir contextualizado na dimensão incomensurável de um outro acontecer.
José Abílio Coelho soube em “Outros Natais” encontrar a consistência que transfere os conteúdos da memória e, pela imperiosa força da palavra, reactivar os cenários da tradição rural, reproduzi-los e reelaborá-los na dimensão dos afectos, que a alguns ofereceu com este conto.
Teresa Macedo
2 comentários:
nestas datas meus paravens aos professores e professoras do que eles faça, eles e a família disso dependera o futuro do pais, asi que felizes festas e que 2010 faça realidade vossos sonhos
a minha mãe leu-me este conto uma noite de trovoada. Gostei de saber como eram os natais antigos.este livro deu-me uma ideia mais esclarecida sobre o que significa o verdadeiro natal.e acho que é isso que a história nos diz,que o natal, não é estar com pessoas á messa que só vieram para comer ou os presentes que vamos receber.
e este livro deixou-me a pensar nisso.
beijinhos
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