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22 outubro, 2007

Apresentação de livros em Braga






15 outubro, 2007

Os Livros das Nossas Vidas…

Ler, partilhar leituras e conversar acerca de textos que nos são gratos são os objectivos do clube de leitura, que, dinamizado pelos alunos da Licenciatura em Educação Básica, com o apoio do Departamento de Ciências Integradas e Língua Materna do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, em colaboração com o Centro de Investigação em Promoção da Literacia e Bem-Estar da Criança, se reunirá, com regularidade, às 2as feiras, a partir das 17h45, na Livraria Almedina, situada no campus de Gualtar.

Falaremos, num ambiente informal, sobre textos literários que nos interessam, que nos agradam ou que, de algum modo, consideramos relevantes, independentemente de pertencerem ou não ao cânone, de serem ou não clássicos, best-sellers ou se incluírem mais no âmbito de uma literatura comercial.

A entrada é livre e estão todos convidados!

Autores para o dia 12 de Novembro: Paulo Coelho, Rosa Lobato de Faria e Nicholas Sparks

Autores para o dia 19 de Novembro: Luís Sepúlveda

Autores para o dia 26 de Novembro: Dan Brown e Susana Tamaro

Educar para a Literacia

Muito antes de saber ler a criança já compreende uma sequência narrativa contada pelos pais ou pelos avós. Mesmo muito pequena pode perceber que as imagens são uma representação do mundo empirico-histórico factual e que essas imagens estão em locais a que se podem voltar vezes sem conta, basta ir buscar o livro à estante. Mais tarde, começará a associar essas imagens às palavras que as acompanham e assim começar a construir o espólio de recursos essenciais para a prendizagem da leitura.
A Literacia da leitura nasce, portanto, desde o berço, e como o PISA 2000 tão bem nos mostra verifica-se " haver diferença entre os perfis das famílias dos alunos com alto nível de literacia e os das famílias dos alunos com baixo nível de literacia. Os melhores resultados do PISA tendem a identificar-se com os alunos provenientes de famílias "em que os recursos educacionais bem como os bens culturais em casa são elevados e em que é maior a frequência com que os pais interagem com os filhos, em actividades tais como a discussão de temas sociais, de livros e filmes ou, simplesmente, falando com eles."
Morrow, ( 1997) diz-nos que as experiências precoces ricas em literacia têm consequências na apropriação infantil de conceitos relacionados com a codificação da escrita, nomeadamente em relação aos sons, às letras e às palavras e por isso é tão importante que todas as crianças possam usufruir dos bens culturais que são, por exemplo, os livros. Para isso é necessário que todas as famílias os tenham, ou que pelo menos saibam que os podem aceder através das Bibliotecas, de forma a que os caminhos da ciência e da fantasia sejam possíveis para todos.
A promoção de hábitos de leitura e a aquisição de competências ao nível da literacia dos mais pequenos, através dos livros de literatura infantil, é uma proposta que nós acarinhamos e defendemos porque " Descobri que neles estava tudo. Não apenas fadas, gnomos, princesas e bruxas malvadas. Também lá estávamos tu e eu com todas as nossas alegrias, as nossas preocupações, os nossos desejos, as nossas tristezas; o bem e o mal, a verdade e a falsidade, a natureza, o universo. Tudo isso cabe nos livros. Abre um livro! Ele partilhará contigo todos os seus segredos."(Éva Janikovszky, 2003)

12 outubro, 2007

Importante recurso na web: adrian&pandora

Para todos os que já são leitores e para os que trabalham como mediadores da leitura com adolescentes e jovens adultos em bibliotecas públicas, não deixem de visitar o interessante blogue adrian&pandora e as suas numerosas e relevantes ligações!

11 outubro, 2007

"CENSURA E INTER/DITO" - IX Colóquio de Outono

22, 23 e 24 de Novembro 2007


O IX Colóquio de Outono organizado pelo Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho realizar-se-á a 22, 23 e 24 de Novembro próximo e será subordinado ao seguinte tema: Censura e Inter/Dito . À semelhança dos Colóquios anteriores, a estrutura deste Colóquio compreenderá conferências plenárias a cargo de conferencistas convidados e sessões temáticas, entre as quais
- "As Literaturas Pós-coloniais: Marginalização e/ou Subalternidade?";
- Teatro, Tradução e Censura;
- A Censura e o Inter/Dito na Literatura Contemporânea;
- Linguagem , Cultura e Inter/Dito
- Os Estudos Galegos em Portugal.


Para mais informações contactar (alice@ilch.uminho.pt ou ceh@ilch.uminho.pt).

O programa será divulgado brevemente.

Comissão
Direcção do CEHUM:
Professora Ana Gabriela Macedo
Professora Maria Eduarda Keating

10 outubro, 2007

I CONFERÊNCIA PNL - A leitura em Portugal: desenvolvimento e avaliação

22 e 23 OUTUBRO 2007
Fundação Calouste Gulbenkian

22 de Outubro

08.30 Recepção dos participantes – entrega de pastas

09.00 Sessão de abertura
Maria de Lurdes Rodrigues, Ministra da Educação
Jorge Pedreira, Secretário de Estado Adjunto e da Educação
Eduardo Marçal-Grilo, Administrador Fundação Calouste Gulbenkian
Isabel Alçada, Comissária do PNL
João Mata, Director GEPE

09.30 Conferência A aprendizagem da leitura: componentes, perfis de evolução e respectivas avaliações
José Junca da Morais, Universidade Livre de Bruxelas
Presidência: Roberto Carneiro, Universidade Católica de Lisboa

10.30 Debate

10.45 Pausa

11.15 - Apresentação do estudo - "Estudos e instrumentos de análise de níveis de leitura"
Inês Sim-Sim, Escola Superior de Educação de Lisboa
Fernanda Leopoldina Viana, Instituto de Estudos da Criança – Universidade do Minho

Presidência: David Justino, Universidade Nova de Lisboa
Comentários: Maria Helena Mira Mateus, Conselho Científico do PNL
Carlos Pinto Ferreira, Director-Geral do GAVE

12.15 Debate

12.30 Almoço

14.30 Conferência
Hábitos de leitura. Diferentes casos em contexto internacional Wendy Griswold, Northwestern University - EUA
Presidência: Maria Idalina Salgueiro, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento

15.30 Debate

16.00 - Apresentação do estudo - "A promoção da leitura nos países da OCDE"
Maria de Lurdes Lima dos Santos
José Soares Neves Santos, Observatório das Actividades

Presidência: Carlos Reis – Universidade Aberta
Comentários: Maria de Lurdes Dionísio, Conselho Científico do PNL
Isabel Margarida Duarte, Conselho Científico do PNL

17.00 Debate

17.30 Encerramento


23 de Outubro

09.00 Sessão de abertura
Mário Vieira de Carvalho, Secretário de Estado da Cultura
Manuel Carmelo Rosa, Director da Fundação Calouste Gulbenkian
Nazim Ahmad, Rede Aga Kahn para o Desenvolvimento
Teresa Calçada, PNL- Rede de Bibliotecas Escolares
Paula Morão, PNL- Direcção Geral do Livro e da Biblioteca

09.30 Conferência Avaliação da leitura em contexto internacional
Helena Bomeny, Escola de Ciências Sociais-CPDOC Fundação Getúlio Vargas – Brasil

Presidência: Paula Morão – PNL/DGLB

10.30 Debate

11.00 Pausa

11.30 - Apresentação dos estudos - "Hábitos de leitura da população portuguesa”
Maria de Lurdes Lima dos Santos José Soares Neves Santos, Observatório das Actividades Culturais
Hábitos de leitura da população escolar"
Mário Lages, Carlos Liz, João António Universidade Católica de Lisboa

Presidência: Teresa Calçada – PNL/RBE
Comentários: Alexandre Castro Caldas, Conselho Científico do PNL
Maria Armanda Costa, Conselho Científico do PNL

12.30 Debate

12.45 Almoço

14.30 Conferência
Leitura, educação e desenvolvimento: perspectivas comparadas
Scott Murray, Universidade de New Brunswick (Canadá)

Presidência: Júlio Pedrosa, Conselho Nacional de Educação

15.30 Debate

16.00- Apresentação do estudo - "Avaliação externa do Plano Nacional de Leitura"
António Firmino da Costa CIES/ISCTE

Presidência: António Nóvoa, Universidade de Lisboa
Comentários: Pedro Magalhães, Conselho Científico do PNL
Manuel Villaverde Cabral, Instituto de Ciências Sociais

17.00 Debate

17.15 Sessão de encerramento
Augusto Santos Silva, Ministro do Assuntos Parlamentares
Manuel Carmelo Rosa, Fundação Calouste Gulbenkian
Isabel Alçada, Comissária do PNL
João Mata, Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação

Informações:
Plano Nacional de Leitura
Travessa das Terras de Sant' Ana, 15
1250-269 Lisboa
Tel.: 213 895 203, Fax.: 213 895 148
URL: www.planonacionaldeleitura.gov.pt

07 outubro, 2007

Aristides de Sousa Mendes - homem de coragem



Aristides de Sousa Mendes – homem de coragem



Autor: José Jorge Letria
Ilustração: Nuno Fonseca
Ano: 2004
Editora: Terramar
ISBN: 972-710-367-7



A recriação ficcional desta personagem, assente numa descrição factual e documental durante o processo narrativo, é muitas vezes intersectada por vozes infantis que questionam ou lamentam, fazendo-se presença como participantes de uma realidade inóspita e cruel, que importa dar a conhecer aos destinatários preferenciais, implícitos na obra.
Todo o percurso narrativo confronta-se com a relativização do tempo face às vivências negativas com as quais Aristides se debate. “Foram dias e noites de grande aflição. Já passaram muitos anos, mas parece que tudo aconteceu ontem ainda. A memória dessas horas trágicas permanece viva” (Letria, 2004:9). Então, Aristides “descobre a matéria moral de que são feitos os verdadeiros heróis” (Letria, 2004:18) e a sua trajectória de vida assume o exercício de uma competência desviante do que devia ser a norma, fazendo-o ostentar uma raridade fundada na protecção da vida humana em detrimento de todas as condicionantes legais e profissionais a que deve obedecer.
Orientado pela “voz da sua consciência” (Letria, 2004:14), o homem embaixador, corria para salvar o maior número possível de refugiados, envolvendo todos os que o rodeavam. “Os que podiam usar os carimbos e o selo branco faziam-no com prontidão e competência. Os outros cozinhavam, cosiam, davam medicamentos e água a quem deles precisava” (Letria, 2004:27).
O narrador, “sujeito transindividual (…) manifesta novos ou ignorados aspectos (…) através de um específico labor da produção textual” (Silva, 1986:252-253), fazendo emergir a cada instante da narração a necessidade de modelar a consciencialização do leitor com o seu mundo circundante, estabelecendo uma permanente articulação entre um passado, hiperbolizado pelo sofrimento, e o presente onde importa revitalizar a imagem deste herói que “não favorece os aristocratas nem qualquer outra pessoa importante” (Letria, 2004:31), exercendo a Igualdade e o Altruísmo, manifestações da sua genuína Humanidade.
A estratégia biográfica apresentada por esta narrativa, longe de ser circunstancial, enforma, apela e reivindica um lugar de destaque para a personagem, que estando inscrita numa historicidade marcada nos mapas e nas memórias do holocausto, faz articulação com outras intertextualidades, onde a problemática da guerra se patenteia e a demanda da paz urge. No final, embora pareça ter havido mudança de um cenário onde se instalam um “menino perguntador” e um “escritor/aviador”, “que desenhava principezinhos no caderno, e também rosas, planetas e ovelhas” (Letria, 2004:47), verifica-se que a memória de Aristides emerge com a perenidade simbólica presente na “árvore que no Museu Yad Vashem, em Jerusalém, recorda a coragem e o heroísmo de um diplomata português que salvou milhares de vidas, por ser justo e por ser livre” (Letria, 2004, 50).

Teresa Macedo
macedo.mariateresa@gmail.com


Referência Bibliográfica:
Silva, Vítor Manuel de Aguiar e (1986). Teoria da Literatura. Coimbra. Almedina.