Era uma vez um coelho de porcelana chamado Edward Tulane. O coelho vivia feliz com a sua dona, Abilene, uma menina que o adorava mais do que tudo! Mas um dia, Edward perde-se numa viagem interminável, mudando de lugares, numa impermanência extraordinária que o leva a ser recriado constantemente pela mão dos donos que sucessivamente se apoderam do seu corpo-boneco-objeto mas também muitas vezes boneco-amor.
Edward parece simbolizar o nascimento e a morte ou antes o renascer de uma nova vida a cada metamorfose a que é obrigado a passar: de Edward, a Susana, de Malone a Jangles, numa cadeia interminável de mudanças sobretudo externas, físicas, que contudo nunca machucam a personalidade e a sua substância interna, que se foi habituando aos trambolhões da vida sem soltar rugidos de fúria mas sim lamentos resignados feitos de calma e inocência, como convém a um coelho.
Contudo, sendo ele próprio um amuleto acreditado para trazer boa sorte a todos os que o possuíam “Edward era o único que não se entusiasmava com isso. Orgulhava-se de não ter ilusões e de não permitir que o seu coração batesse depressa. Conservava a dignidade de manter o seu coração parado, em silencio, bem fechado.Já estou farto de me iludir, (…).”
No entanto, como também na vida, temos sempre alguém que nos chama a atenção, desviando o nosso enfoque para outras emoções bem mais positivas que nos fazem descentrar das amarguras quotidianas e nos levam a olhar as estrelas:
“- Tens de ter expectativas, nunca deves perder o ânimo, a esperança. E, especialmente, deves questionar-te sobre quem irá amar-te e quem irás amar em seguida.
- Para mim chega de ser amado – amar é muito doloroso.
- Não digas disparates. Onde está a tua coragem?”
Título: A Odisseia de Edward Tulane
Autor: kate Di Camillo
Ilustrador: Bagram Ibatulline
Editora: Gailivro
22 março, 2012
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