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05 outubro, 2006

“As crianças & os que rastejam” de Russel Edson

A Camaleão-Associação Cultural Apresenta: “As crianças & os que rastejam” de Russel Edson

4 e 5 de Outubro Teatro Aveirense

Com: tradução e encenação de José Geraldo ; Andrea Inocêncio - cenografia, adereços, figurinos e imagem; Adelaide Seabra- interpretação; Fernando Taborda -interpretação; Helena Faria- interpretação; Pedro Malacas – interpretação e Victor Torres – interpretação; Rui Capitão – Desenho de luz e som e Cláudia do Vale- Produção

"As Crianças" (The Children) e "Os que rastejam" (The Crawlers) são duas peças de teatro em um acto, do poeta norte americano Russell Edson, escritas em 1973. Se não fossem trágicas, as peças seriam de uma comicidade hilariante. "As Crianças" é um entretenimento cujos personagens são um pai e uma mãe, com 80 e muitos anos, em conflito geracional com os seus filho e filha, solteiros, de 60 e tal. É sobre a prisão familiar e a revolta, o tempo desperdiçado e a luta de sexos, as verdades do casamento e o pó que assenta em quem não se mexe. "Os que rastejam" é um divertimento acerca de um pai (homem de negócios), de uma filha (gorda, de 40 anos, com problemas de solidão sexual) e do seu pretendente (empregado do pai, pago por este para se casar com a sua filha, lambe-botas). É acerca das fronteiras entre a solidão e a libido, entre a imbecilidade e a subserviência, entre o desejo de poder e do útero materno.


Sobre o autor:

Russell Edson, um dos mais importantes poetas norte-americanos vivos, nasceu no Connecticut, em 1935, onde presentemente reside com a sua mulher Frances.
Sem qualquer formação em escrita, Russell Edson tornou-se uma voz única na poesia norte-americana do século XX. Em parte mágico, em parte contador de estórias, as suas fábulas transcendem os sonhos.
Edson, que por brincadeira se chamou a si próprio “Little Mr. Prose Poem” (o Pequeno Sr. Poema em Prosa), é, sem grandes discussões, considerado o maior escritor de poesia em prosa dos Estados Unidos da América, tendo escrito exclusivamente nessa forma, mesmo antes de ela estar na moda.
Num estudo sobre o poema em prosa norte-americano, Michel Delville sugere que uma das ‘receitas’ típicas de Edson para os seus poemas em prosa envolve um moderno homem comum que subitamente cai numa realidade alternativa na qual perde o controle sobre si mesmo, por vezes até ao ponto de ser irremediavelmente absorvido — quer figurativa quer literalmente — pelo ambiente próximo e, a maioria das vezes, doméstico do seu dia-a-dia… Fundindo e confundindo constantemente o banal e o bizarro, Edson diverte-se em fazer uma situação aparentemente inócua passar pelas mais improváveis e misteriosas metamorfoses…
Em 1974 recebeu o prémio Guggenheim.

Reservado por natureza, Edson publicou mesmo assim vários livros de poemas em prosa, dois romances, “Gulping’s Recital” (1984) e “The Song of Percival Peacock” (1992) e um livro com quatro peças de teatro em um acto, “The Falling Sickness: A Book of Plays (1975).


Bibliografia

Appearances, (Thing Press, 1961)
A Stone Is Nobody’s, (Thing Press, 1961)
The Very Thing That Happens, (New Directions, 1964) — Introdução de Denise Levertov
The Brain Kitchen, (Thing Press, 1965 )
What a Man Can See, (The Jargon Society, 1969)
The Childhood of an Equestrian, (Harper & Row, 1973)
The Clam Theater, (Wesleyan University Press, 1973)
Ridderen af Gyngehesten, 1974 (Husets Forlag/S.O.L) — Tradução em dinamarquês
The Falling Sickness: A Book of Plays, (New Directions, 1975) - 4 peças de teatro
The Intuitive Journey and Other Works, (Harper & Row, 1976)
The Reason Why the Closet-Man is Never Sad, (Wesleyan, 1977)
Edson's Mentality (Oink! Press, 1977)
With Sincerest Regrets, (Burning Deck, 1980)
Gulping's Recital: a novel (Guignol Books, 1984) - Romance
The Wounded Breakfast, (Wesleyan, 1985)
Tick Tock, (Coffee House Press, 1992)
The Song of Percival Peacock, a novel, (Coffee House Press, 1992) - Romance
The Tunnel: Selected Poems, (Oberlin College Press, 1994)
The Tormented Mirror, (University of Pittsburgh Press, 2000)
The House of Sara Loo, (Rain Taxi, 2002)
O Túnel, (Assirio & Alvim, 2002).
The Rooster’s Wife: Poems (BOA Editions, 2005)

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