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06 novembro, 2008

Um Simples Olá


Olá a todos.
Sei que ando um pouco arredia, mas o tempo faz-se pouco e o trabalho, bem esse é em demasia.
Digo-vos "Olá" e não "Boa noite" por uma razão muito simples. Há uns tempos, ao ler uma crónica bem simpática que tecia louvores merecidos a uma tão breve e simples palavra, não pude deixar de sorrir.
Nada eloquente, afastada de qualquer pretensiosismo linguístico, de um absoluto uso corrente, OLÁ era pois a palavra de referência. Entendida num trato amigável, traduzindo a joviabilidade de quem quer simplesmente dizer: «Olá, como estás?», ou ainda: «Olá, cheguei!», tenho-a usado com frequência, desde esse dia.
No passado sábado, depois de chegar de mais uma das minhas idas a uma escola do 1º ciclo (onde a usei imenso), cheguei a casa, desejosa por dizê-la outra vez com a alegria de quem chega a casa satisfeita.
Estranhei de imediato a ausência da minha gata Eva, habituada a um mimo especial quando alguém acaba de chegar. Fui ao jardim e não vi o meu cão, que é uma autêntica doçura e pensei: Bem, o Trengo (que é o meu cão) está na casota dele, abrigado e a roer o seu osso predilecto (daqueles que se compram em qualquer hiper e que nunca mais acabam); a Eva, essa, deve estar no escritório com a S. a dormir numa qualquer gaveta ou caixa e a ouvir, atenta, os resumos de Filosofia.
Dirigi-me ao andar de cima, enquanto retirava, pelo caminho, todos os objectos que me pesavam na mala, mas que me tinham sido úteis nesse dia tão importane. Ouvi barulho no meu escritório e fiquei à espreita. Não pude acreditar no que eu estava a ver. Ainda dizem que os animais pressentem a nossa presença. Tive um curto tempo para ajeitar a máquina e ouviu-se um clic que elevou um grande OLÁ Gi!!
Como este blogue é uma parte importante do que faço, leio e escrevo por aqui, deixo-vos um dos segredos do que se passa em minha casa, quando não estou. Às vezes também eu leio para a minha gata que é uma fiel ouvinte de Todos os Rapazes são Gatos, do A. Magalhães. Desta vez, acredito que ambos estavam a pensar no quanto os homens são estranhos no seu modo de ser e referencio esta tão magnífica obra: Perguntem aos vossos gatos e aos vossos cães. Ainda hoje ando em conversa com eles e a pensar, claro.
Deixo ainda um grande OLÁ ao Sr. Manuel António Pina e a todos os que amam os livros.

1 comentário:

Teresa disse...

Também te digo OLÁ e sabes que é porque SIM. E faço um vénia aos que têm o dom fazer chegar aos leitores as complexidades do mundo humano através do olhar dos bichanos que povoam os livros. Lembraria que "Mouschi, o gato de Anne Frank" é um desses gatos. Álvaro Magalhães, Manuel António Pina e José Jorge Letria sabem dizer-nos muito mais sobre isso. Basta ler o que escrevem.