Translate

Mostrar mensagens com a etiqueta natureza. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta natureza. Mostrar todas as mensagens

09 dezembro, 2011

Oficinas de Literacia e Mediação Leitora

No âmbito das atividades da unidade curricular de Literacia e Mediação Leitora, do curso de Licenciatura em Educação Básica, da Universidade do Minho, decorrerão as seguintes oficinas:



10 de Janeiro, 18h15: História da pequena estrela!
 Colégio São Caetano, Largo de Madre Deus, 4700-228 Maximinos - Braga


O nosso tema baseia-se no lema da instituição onde iremos realizar a nossa intervenção: a estrela. Este lema traz consigo mais do que o nome. Traz a luz que nos ajuda a encontrarmo-nos, a reflectir na nossa vida, a tomar decisões, etc. Foram nestes aspectos que se debruçou a escolha da nossa história. Assim sendo, escolhemos o livro “A História da Pequena Estrela” de Rosário Alçada Araújo com ilustrações de Catarina França.
Para dinamizar a leitura desta obra, e recorrendo ao diálogo, iremos utilizar fantoches, de acordo com as personagens intervenientes na história.
Para complementar a atividade, realizaremos alguns jogos didáticos relativos a este conto para uma melhor compreensão por parte das crianças. Estes jogos baseiam-se nas capacidades de memória, atenção, conexão e interpretação.
As idades do público alvo estão compreendidas entre os 9 e os 13 anos.

A atividade é dinamizada por Ana Oliveira, Ana Coelho, Andreia Moreira, Mónica Barbosa e Nanci Alves.



5 de Janeiro: Um dia diferente na companhia da Leitura
Colégio São Caetano, Largo de Madre Deus, 4700-228 Maximinos - Braga

Buscando fomentar hábitos leitores, a atividade dará a conhecer uma obra em formato ebook.

A atividade é dinamizada por João Sinval, João Louro, Tiago Dias e Mafalda Eirinha.



3 de Janeiro - 3ª feira, 18h30: As Aventuras do Verdinho!

Oficinas de São José, Rua do Raio, nº 75 Braga 



Com base no livro As Aventuras do Verdinho – O Planeta Verde, de Mónica Silva e ilustrado por Dina Silva, serão dinamizadas um conjunto de práticas de fomento à leitura, visando alertar as crianças para a necessidade de um desenvolvimento sustentável do planeta.
Público-alvo: crianças entre os 6 e os 12 anos de idade.
A atividade é conduzida por Andreia Santos, Carla Félix e Jacinta Gonçalves.


29 de Dezembro, 10h-12h: Descobre a tua imaginação!
Pingu English, Alameda Padre Manuel Simões nº 193, 4760-286 Vila Nova de Famalicão
Atividade de mediação leitora com base na obra Um Lobo Culto:

A atividade é dinamizada por Ana Santos, Joana Costa, Mara Teixeira e Sílvia Costa.


28 de Dezembro de 2011, 10h30-13h00: O Livro Viajante

Hospital do Alto do Ave, Guimarães
Público-alvo: crianças da ala de pediatria com idades compreendidas entre os 8 e os 12 anos.

Com base em quatro livros, o objectivo desta intervenção será fomentar o gosto e, consequentemente, o hábito de leitura nos mais pequenos, através de actividades que se inserem na chamada animação leitora, nomeadamente a descoberta de títulos, a criação de narrativas apoiadas em elementos paratextuais e citações estimuladoras e, por último, a realização de uma sopa de letras, com o objectivo de responder a adivinhas da tradição oral.








A atividade é conduzida por Ana Marinho e Cristiana Pereira.







14 de Dezembro - 4ª feira, 10h: Uma história engraçada e cheia de macacada!
Patronato de Nossa Senhora da Torre, Largo de Santo Agostinho, nº19, Braga

 

A atividade tem como público-alvo crianças entre os 3 e os 6 anos de idade.
Será conduzida por Arminda Peixoto, Cláudia Oliveira, Isabel Mota, Mª Armanda Oliveira e Mª de Fátima Pereira.



10 de Dezembro - sábado, 10h: Vou-te Comer!
Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação (ANEIS), Escola Básica 2,3 de Lamaçães, freguesia de Lamas, concelho de Braga.


A atividade busca promover o gosto e o interesse pela Literacia em crianças sobredotadas dos 6 aos 9 anos de idade. A partir do álbum narrativo O incrível rapaz que comia livros, foram desenhadas várias atividades lúdicas para estimular o interesse pela leitura.
A oficina é conduzida por Carolina Silva, Catarina Sampaio, Lisete Cunha e Vanessa Cruz.

20 novembro, 2008

A Grande Aventura de Beck - Ciclo das Fadas VIII

"Somos feitos da mesma matéria que os nossos sonhos" disse Shakespeare. Esta frase do grande escritor inglês veio-me à memória quando li "A grande Aventura de Beck", da colecção Fadas, da Disney. De facto, só dentro dos nossos sonhos conseguimos imaginar seres que se movem com a força do pensamento, que voam com o poder do pó mágico ou que entendem a linguagem dos animais. Mas estes sonhos, no dizer de Shakespeare, materializam-se naquilo que nós somos e naquilo que conseguimos fazer, falar e ser. Quer dizer, se sonhas com fadas podes ser ou tornar-te uma delas?!...ou considerando de outra forma: "You cannot have a concept of fantasy without a concept of reality" (Gamble &Yates, 2008:118) porque uma boa história de fadas, no sentido geral do termo, está profundamente enraizada nas experiências , ideias e ideais humanos. A história deste livro, A Grande Aventura de Beck, posiciona-se neste quadro conceptual: a fantasia ou o não racional feito gnomos, de animais que falam e de fadas ocorre no mundo racional onde existem plantas, animais, casas e seres humanos.
Beck, a fada deste livro, é um ser corajoso " ...quer da vida mais alguma coisa do que andar às voltinhas no Vale das Fadas". " Queremos mais do que qualquer outra fada. Queremos voar mais depressa." Mas tal como no mundo real "...os céus estão cheios de falcões, de ventos contrários e de granizo...e por vezes temos de utilizar diferentes truques para sobrevivermos", diz Beck e as suas amigas.
Ao contrário de muitos contos de fadas, onde a floresta joga um papel simbólico muito importante, como por exemplo uma manifestação de ansiedade, ou um ritual de passagem da adolescência para a idade adulta, aqui a acção passa-se no céu azul onde se cruzam pássaros de todos os tamanhos e cores. É para este local de confronto simbolico entre o bem e o mal que Beck quer ir, à procura de terras distantes onde se podem ver ondas às cores e areias que falam. Para o conseguir constrói umas asas gigantes, à maneira de Ícaro e tal como ele caiu, mas desta feita amparada por pássaros protectores que ao contrário de Dédalo conseguiram salvar Beck de uma morte certa.Mas Beck necessitava de "...mais alguma coisa do que a habilidade de voar mais alto e mais depressa. Precisava do seu próprio dom." Precisava que " ... o seu pensamento entrasse em comunicação com o do pássaro guia..."

10 novembro, 2008

Lília e a Planta Misteriosa - Ciclo das Fadas VII


As fadas são de uma maneira geral seres da natureza ou pelo menos inspirados por ela: dominam o ar, a terra, o fogo e a água e com eles fazem o mundo ficar um lugar mais bonito de convivência física e espiritual.
Os elementos que compõem esta nossa terra (sol, terra, fogo e ar) dão-lhes, muitas vezes os atributos com que desenvolvem os contactos com os seres humanos: umas são as fadas que acalmam tempestades do mar, outras apaziguam o vento das montanhas, algumas apagam o fogo das florestas e ainda outras cultivam as flores dos nossos jardins reais ou imaginários, cheios de papoilas, roseiras e trevos perfumados.
A Fada Lília, da nossa história, tinha precisamente este último atributo: ela era a fada que cuidava dos jardins. Era por assim dizer uma fada arquitecta paisagista que se preocupava com a beleza da paisagem, da sua configuração espacial e estética, dos seus valores culturais e biofísicos.(Ribeiro Teles, 2008)
Ela amava as plantas e as flores com todo o seu coração e o seu passatempo predilecto era"deitar-se no cimo do musgo macio, ver a erva crescer"... " pois tinha a certeza de que as folhinhas de erva cresciam mais depressa quando sabiam que ela estava a olhar para elas."
Certo dia, num passeio pela floresta, ("convirá dizer que as fadas nunca passeiam sozinhas na floresta por causa das cobras, das corujas e dos falcões") Lília encontra uma semente desconhecida que, depois de plantada, resultou numa planta feia, malcheirosa e esquisita.
Terá Lídia de arrancar para sempre a planta desconhecida por quem, apesar de tudo,nutre uma ternura especial ? Conseguirá ela impôr-se ao resto da comunidade do Plátano, onde vivem centenas de fadas?
Bom, isso é o que terão que descobrir juntamente com a Rainha Pomba, " o ser mais mágico de todos" que empoleirada no seu Ovo garante a juventude eterna a quem viver sob a sua influência, lá na segunda estrela à direita, da Via Láctea?....

02 agosto, 2008

As Estrelas do mar e o Peixe Prateado juntos de novo!

francisco+fernandes+002.jpg (image)
" A coisa comprida e negra abriu a grande boca e dela saiu um líquido preto que tingiu o mar... E o mar ia ficando cada vez mais escuro."

Nesta história o Peixe Prateado espanta-se com a falta de amor para com a natureza! Para ele a natureza ama-se, sente-se e vive-se... Para ele a natureza é amor como alteridade e reciprocidade. Ela proporciona-nos a vida, o que implica pois amá-la porque, a interdependência e a sobrevivência conjuntas interagem cada vez mais.
Esta história leva-nos a relembrar um outro conto, daquele escritor chileno Luis Sepúlveda. Neste seu conto:" História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar" ele diz-nos também, através da personagem kangah, que:
Acontecem no mar coisas terríveis. Às vezes pergunto a mim mesmo se alguns humanos enlouqueceram ao tentarem fazer do oceano uma enorme lixeira. Acabo de dragar a foz do Elba e nem podem imaginar a quantidade de imundície que as marés arrastam. Pela carapaça da tartaruga! Tirámos barris de insecticida, pneus e toneladas das malditas garrafas de plástico que os humanos deixam nas praias”. (Sepúlveda, 1996:85)
Aqui, tal como no livro de Francisco Fernandes, não se coloca a questão do legalismo, se é permitido ou não deitar lixo para o mar, mas sobretudo se o outro, a natureza, é considerado como entidade relacional imbuída de alteridade que interage cooperativamente com o eu humano.
O Peixe Prateado deixou de ver: " Não vejo nada e a água do mar está a ficar com um gosto muito estranho e mau!" e por pouco que não morria imerso no crude derramado por aquele petroleiro, tal como a gaivota Kengah, no livro de Sepúlveda:
“ (…) estendeu as asas para levantar voo, mas a espessa onda foi mais rápida e cobriu-a inteiramente. Quando veio ao de cima, a luz do dia havia desaparecido e, depois de sacudir a cabeça energicamente, compreendeu que a maldição dos mares lhe obscurecia a visão.”
Os dois ficaram momentâneamente cegos pela escuridão e foi-lhes portanto negada a sua participação na vida, por causa de uma visão reducionista da realidade que sobrepõe o interesse de uma espécie, à visão partilhada dos recursos terrenos porque, entre todos os seres viventes, (homens animais, plantas, minerais e vegetais) não existe uma experiência física e espiritual, que sem deixar de ter em conta a diversidade, valoriza a união do observador e do observado, formando um nós colectivo.
Como Savater (1993:35) nos pretende alertar: "É pelo conhecimento que nos consideramos livres e homem livre é aquele que quer sem a arrogância da arbitrariedade. Crê na realidade, quer dizer, no elo real que une a dualidade real do eu e do tu."
A relação de alteridade e de reciprocidade tem sido destruída pelos humanos e a natureza sofre com isso. Como último recurso Dias de Carvalho (2001:24) refere que é necessária uma :” educação cívica (...) dos direitos e dos deveres que erige como objectos de acções responsáveis prioritariamente outros indivíduos; por outro, e em simultâneo, uma educação dos direitos que acentua as prerrogativas dos outros relativamente ao próprio. (…) Um para o outro, eis a estrutura do sujeito que, lhe confere, através da responsabilidade, a dimensão do humano".
E acrescenta que se impõe cada vez mais a: “A solidariedade e a tolerância (...) como valores universais da chamada “sociedade planetária”. Insinuam-se mesmo como seus fundamentos éticos no âmbito de uma relação com a sociedade e com a natureza que excede o nível de um mero compromisso moral da consciência”(Dias de Carvalho, 2000:101)





12 dezembro, 2007

As estações


Se a literatura pode ser uma mentira, como Iser refere, ela também é um modo operacional que abre caminhos para diferentes versões da nossa própria casa, do nosso próprio mundo. Nesta abertura de caminhos tem um papel preponderante, segundo a teoria da estética da recepção, o observador, que no processo de leitura analisa a interacção texto/leitor, não como acontecimento produzido apenas pela imaginação do leitor, mas pela intersecção de normas históricas, sociais e linguísticas. O autor e o leitor perdem assim a subjectividade. O autor abandona toda a intenção e o leitor torna-se dotado de competência semiótica e intertextual.Assim, a indeterminação ou os espaços em branco (Eco, 1971:36) proposta pelos textos, não são uma fraqueza do sistema literário, mas uma qualidade essencial que permite o compromisso criativo. Na obra da escritora italiana Iela Mari “L’Albero” publicada em castelhano pela kalandraka com o nome “As Estacións” é dada ao leitor quase todo o poder para fazer as significações desejadas consubstanciando-se no que Eco chama de obra aberta que tende “ (…) a promover no interprete (actos de liberdade consciente), a pô-lo como centro activo de uma rede de relações inesgotáveis (…)”. Desta forma a ficção torna-se um acto de ultrapassar fronteiras – reais e ficcionadas. Por virtude da celebração da plasticidade da literatura e num discurso pictórico em que as cores vão revelando as vozes enunciadoras da problemática em causa porque “ (…) A arte, enquanto estruturação de formas, tem modos próprios de falar sobre o mundo e sobre o homem” (Eco, 1971:36), poderá acontecer que ao falarmos da passagem das estações por esta árvore, o L‘Albero, o leitor vá recordando a necessidade da protecção da floresta, tema tão contemporâneo, a par das inferências possíveis ao tema da preservação da nossa casa comum, a terra, num quadro de uma visão não cartesiana da natureza onde todas as criaturas vivas têm direito ao seu espaço vivencial. Esta obra poderá também recepcionar-se pelo sentimento da paisagem, sentimento intelectual e afectivo que se consubstancia pela necessidade de construção de habitats ecologicamente seguros. O esquilo, que tem que mudar de casa consoante as estações, responde a variáveis antropológicas das valências do lugar, indiciando diferentes formas de viver num espaço – tempo – movimento, mas sempre pugnando por encontrar nele um lugar reconhecível, como lugar destinado aos seres humanos e aos animais. Mais uma vez, a literatura tornou-se um modelo operatório que abriu caminho para diferentes versões do mundo que se consubstanciam em diferentes identidades intimamente ligadas à relação entre texto e leitor pois, implicaram uma troca contínua de pedidos e ofertas entre ambos, onde o objecto literário ganhou uma carga simbólica pela importância da mente do leitor na atribuição do sentido do mesmo. (Fish, 1984:50)