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23 dezembro, 2007

Versos com Gatos


Autor: José Jorge Letria
Ilustrador: Octavia Monaco
Editora: Livros Horizonte
Ano: 2005


Há livros que nos pegam ao colo com as asas do encantamento. E é esta descolagem que nos faz observar tudo o que contêm para além do comummente dito à luz do literário dizer ou das recorrentes observações psicanalíticas sempre que de animais se fala nos textos. Estes Gatos que se exibem em cada linha poética são detentores do melhor que tem a humanidade e, na linguagem plástica que os acompanha no cenário de cada página, provocam no leitor momentos de grande fruição.
Desfilando em quadras convidativas a uma leitura rápida, os símbolos que ostentam rompem com a métrica matemática de cada verso. O sujeito poético sabe-o. É ele que constrói a máscara que antropormofiza cada Gato enfabulado, convocando à reflexão dos leitores a metáfora da consciencialização do mundo povoado, onde o Ser se constrói com os rostos de “mil gatos”(Letria, 2005).
É em certos instantes de trocadilho poético que encontramos o domínio destes animais como fonte de inspiração e de subversão da norma. São sombras, reis, escritores, artistas, caçadores, navegantes, “gatos feitos soldados/com o seu jeito subtil/ espalhando cravos nas ruas/quando um dia se fez Abril”(Letria, 2005). Tal como afirma Campbell (2000:300), estes heróis-guerreiros não são campeões das coisas feitas, mas sim das coisas por fazer. Quando estátuas têm “porte imperial” (Letria, 2005) e emergem como guardiões do passado. Enquanto povoadores deste texto ostentam na fugacidade dos gestos e na metamorfose dos corpos a liberdade absoluta da dissolução pessoal, construtora dos sentidos dos valores emergentes de todos os tempos.

Teresa Macedo

Bibliografia:
Campbell, Joseph (2000 [1ª ed. 1949]). El Héroe de las Mil Caras-Psicoanálisis del mito. Fondo de Cultura Económica. México.

2 comentários:

mdominguez disse...

temos a fortuna de ter un escritor como JJ Letria 200 obras, 40 premios y debemos potencialo para dar un reconocemento y homenajes en vida non esperar que morra para elevaloa onde debe estar, non fagamos como o Zeca ou adriano ou o mesmo Qixote Salgueiro Maia.
Todo portugal valoremos y defendamos os nosos valores, nas persoas de estos homes,Letria tenb a cualidade de facer feliz a os nenos cos seus contos, larga vida y felicidade , non esquenzamos

mdominguez disse...

Letria es un dos autores mais proliferos de Portugal, temos a costume de valorar a os nosos artistas despois de mortos como si nos doera a boca falar deles en vida, Letria autor de 200 libros moitos deles para criansas, y mas de 40 premios ainda non recibeu o Principe de Asturias ou non foi candidato a o Novel, non ten una calle en Lisboa, que ocurre hay que esperar que fallezca para darle reconocimiento como pasou co Zeca y Adriano ou o noso Quixote Salgueiro Maia.
Portugal te a obriga de defender os seus valores, agora , en este momento en vida, de ben nacidos e ser agradecidos