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31 janeiro, 2007

Música Portuguesa para a Infância

Música Portuguesa para a Infância
7 de Fevereiro (4ª feira) às 19h
Auditório 1
Escola de Música Nossa Senhora do Cabo
Coordenação: Sandra Barroso

Obras em estreia de jovens compositores para ainda mais jovens intérpretes

30 janeiro, 2007

Workshop "Vivo quando narro" - Projecto Escola Criativa - Serviço Cultural e Educativo - Centro Cultural de Cascais

Projecto Escola Criativa - CMC Serviço Cultural e Educativo - Fundação D. Luis I
O Serviço Cultural e Educativo da Fundação D. Luís I, a funcionar no Centro Cultural de Cascais (C.C.C.) desde Fevereiro de 2003, elabora e propõe um programa integrado de actividades lúdicas, artísticas e culturais que inclui um conjunto diversificado de propostas, dirigidas a crianças e jovens, bem como a adultos que desempenhem funções educativas tanto a nível familiar, como escolar e comunitário. (Percursos Lúdicos, Ateliers, Animações e Espectáculos, Espaço de Reflexão e Formação, Exposições, Para os Pais...).
Neste contexto, nos dias 8 e 9 de Fevereiro de 2007 está previsto um * Workshop* aberto a toda a comunidade denominado* "Vivo quando narro" - António Portillo *.
António Portillo (Lerma, Burgos, 1959) é professor do 1º ciclo e paralelamente tem vindo a desenvolver um conjunto de projectos que evidenciam o papel da narração como acto de escuta e como acto expressivo. O seu trabalho estende-se ao teatro e às artes plásticas. Em 2004 publicou "Artefactes", um livro que mereceu o Prémio Nacional do melhor livro Infanto-Juvenil. Inventa e recicla objectos para contar histórias… Preocupa-se com a importância do Desejo na Aprendizagem.
O número de participantes é limitado sendo necessário efectuar marcação até ao dia 5 de Fevereiro através dos telefones 21 484 89 02 / 21 483 64 20
Para qualquer esclarecimento:
Serviço Cultural e Educativo
Fundação D. Luis I Centro Cultural de Cascais
Telf. +351 21 483 64 20 / +351 21 484 89 02

25 janeiro, 2007

Os brinquedos da Oficina Criativa

16 janeiro, 2007

Une autre façon d'interroger la littérature, de la maternelle à l'université

Points de vue et débats
Mercredi 24 janvier 2007
Bibliothèque de l'INRP
Lyon 7e


Ce cycle de rencontres des Mercredis de la bibliothèque de l'INRP permet à des acteurs de la communauté éducative d'échanger en toute liberté sur les questions éducatives. Ces manifestations s'adressent à un large public : étudiants, enseignants, chercheurs, décideurs du monde de l'éducation, parents d‘élèves…
La 3e rencontre portera aura pour sujet :
Une autre façon d'interroger la littérature, de la maternelle à l'universitéLa question sera discutée à partir d'une expérience menée à l'INRP par l'équipe « Littérature et enseignement » : la lecture d'un même conte, La petite sirène d'Andersen, en France et dans plusieurs pays étrangers, à divers niveaux de classe. La mise en dialogue des pratiques autour de ce texte, qui a opéré des déplacements chez les enseignants et leurs élèves, a permis de distinguer des conceptions variées de la littérature, mais aussi des nuances entre une « lecture littéraire » et une « lecture du texte littéraire ».
Quelles conclusions tirer de ce travail, au moment où un « domaine de la littérature de jeunesse » est officialisé à l'école élémentaire ?
Invités:
Danielle Dubois - Marcoin
Responsable de l'équipe sur projet Littérature et enseignement à l'INRP, auteure de divers travaux sur la littérature de jeunesse et l'enseignement de la littérature.
Jean Jordy
Inspecteur général de l'éducation nationale, auteur de différents ouvrages sur l'enseignement de la littérature.
Informations pratiques:
24 janvier 2007
de 18 h 30 à 20 h 00

Entrée libre et gratuite

Bibliothèque Denis Diderot5 parvis René-Descartes – Lyon 7e04 72 76 61 12

Responsable : Institut national de recherche pédagogique

Informations: http://www.inrp.fr/lesmercredis

Adresse :
INRP - Service communication
19 allée de Fontenay
69007 Lyon
France

Informação recebida via Fabula

Concurso de Contos 'Gabriel Miró'

Está aberto o prazo para o concurso de contos "Gabriel Miró".

Programa:
1. Podrán concurrir al Concurso CAM de Cuentos 'Gabriel Miró' escritores de cualquier nacionalidad, con excepción de los que hubieran obtenido el primer premio en ediciones anteriores de este certamen. Las obras presentadas deberán estar escritas en lengua castellana.
2. Las obras de tema libre deberán ser inéditas y no haber sido premiadas en ningún otro concurso, certamen literario o actividad literaria; no solamente en la fecha de su admisión al concurso, sino también en el momento de la proclamación del fallo, pudiendo enviar cada concursante cuantos originales desee.
3. Dichos originales, con una extensión máxima de ocho folios, - formato DIN A4- mecanografiados a doble espacio, por una sola cara, en cuerpo de letra de 12 puntos, y un máximo de 30 líneas por folio. Se presentarán por triplicado, numerados y grapados por su margen izquierdo. No se admitirán envíos por correo electrónico, que sí serán solicitados a los autores de los cuentos premiados.
4. Obligatoriamente, los cuentos se presentarán a concurso bajo lema o seudónimo acompañados de plica o sobre cerrado, en cuyo interior deberá figurar la ficha de participación adjunta debidamente cumplimentada. Ésta también se puede obtener en www.obrasocial.cam.es.
5. Las obras pueden presentarse en cualquier oficina CAM o enviarse por correo a:
CAJA DE AHORROS DEL MEDITERRÁNEO Biblioteca Gabriel Miró Av. Ramón y Cajal, 5 03003 - ALICANTE
Indicando en el sobre:
'PARA EL CONCURSO DE CUENTOS GABRIEL MIRÓ'
Aquellos concursantes que deseen acuse de recibo deberán acogerse a la modalidad postal 'Certificado con acuse de recibo'
6. El plazo de admisión quedará abierto en la fecha de publicación de la presente convocatoria y finalizará el 31 de enero de 2007. Con posterioridad a dicho día sólo serán admitidos a concurso aquellos envíos postales cuyo matasellos evidencie que fueron depositados en el buzón dentro del plazo.
7. La Entidad patrocinadora del Concurso designará la composición de los jurados de selección previa y de calificación. Los cuentos que, a juicio de los miembros de estos jurados, reúnan mayor calidad literaria, participarán en una votación final, tras cuya celebración serán proclamados los premios que establece la siguiente base.
8. Primer Premio: dotación 6.000 euros
Segundo Premio: dotación 3.000 euros
El primer premio no podrá ser declarado desierto.
9. El fallo del Jurado, que será inapelable, se hará público durante el mes de junio de 2007.
10. Al objeto de comprobar el carácter inédito de las obras premiadas, la dotación metálica de estos premios se hará efectiva cuando transcurran 30 días desde la publicación del fallo.
11. Los cuentos premiados pasarán a ser propiedad de la Caja de Ahorros del Mediterráneo, que podrá editarlos. Los originales de los restantes serán destruidos, no admitiéndose peticiones de devolución.
Informação enviada por Gonzalo García "Darabuc"

Quando não se olha com olhos de ver...

SOARES, L.D., (2003). Quem Está Aí?.Barcelos: Civilização Editora.

Autora: Luísa Ducla Soares
Ilustrador: Maria João Lopes
ISBN: 972-26-2112-2

Quem Está Aí? é uma narrativa escrita por Luísa Ducla Soares que, tal como sugere o título, se reveste de um grande mistério. Esta autora, nascida em Lisboa, em 1939, é licenciada em Filologia Germânica. Após ter estado ligada ao grupo “Poesia 61”, publicou, em 1970, o seu primeiro livro, uma obra poética intitulada Contrato, tendo vindo a dedicar-se à literatura infanto-juvenil. História da Papoila (1973), a primeira das suas 45 publicações para crianças, foi galardoada com o Grande Prémio de Literatura Infantil Maria Amália Vaz de Carvalho, o qual foi recusado por motivos de ordem política. Para além deste, destacam-se o Prémio Calouste Gulbenkian para o melhor livro de literatura infantil no biénio 1984-1985, 6 Histórias de Encantar, o Grande Prémio Calouste Gulbenkian (1996) por toda a sua obra e, em 2004, foi candidata ao prémio Hans Christian Andersen. Para além disto, Luísa Ducla Soares assumiu funções de tradutora literária, directora da revista Vida (1971-2), adjunta do Gabinete do Ministro da Educação (1976-8), colaboradora em alguns periódicos e no programa Rua Sésamo, tendo escrito 26 guiões televisivos para a série Alhos e Bogalhos, ocupando actualmente a função de assessora principal da Biblioteca Nacional e desenvolvendo acções de incentivo à leitura junto de escolas e bibliotecas. Das suas obras, várias foram adaptadas para teatro e traduzidas para vários idiomas.
Esta é uma obra que reflecte a curiosidade natural das crianças para quem a experiência dos outros não basta, pois há a necessidade de ir, de ver com os seus próprios olhos e que fala da vontade de permanecer acordado para além da hora de “lavar os dentes, chichi, cama!” (Soares, 2003: 2). Espelha muitas situações do quotidiano em que, face a um mesmo acontecimento, são múltiplas as interpretações possíveis, visto que os olhos de cada um se encontram despertos para ver uma parte da realidade, como acontece com os cinco primos, aos quais se juntam os olhos mitigados do leitor que partilham com as personagens uma mesma vontade, a de descobrir “Quem está aí?”.
Ambos, texto icónico e texto verbal, concorrem para a construção de um sentido e é, a partir da junção de cada um dos elementos da componente pictórica, que se pode aceder ao desvendar do mistério da obra e à mensagem de que se nos centramos apenas num aspecto da realidade, isto impedir-nos-á de vislumbrá-la, tal como é realmente, ou seja, como um todo. Assim, quando não se olha com olhos de ver, não chegamos à essência, ficando pelo parecer…

Recensão realizada por Mª La-Salete Teixeira e Virginie Gomes

A volta ao Mundo num Dinossauro...

BACELAR, M. (1990). O Dinossauro. Porto: Edições Afrontamento.
Autor/ Ilustrador: Manuela Bacelar
ISBN: 972-36-0248-2



Das mãos de Manuela Bacelar “nasceu”, em 1990, O Dinossauro, uma obra incluída no Plano Nacional de Leitura, escrita e ilustrada por esta autora e que retrata a história humorada de “um monte com árvores e algumas casas” no qual “moram também pessoas e animais” que é, afinal, um dinossauro adormecido que, ao acordar, os transporta numa viagem inigualável ao mundo.
Autora de mais de 50 obras, como O Meu Avô (1990) e a colecção de álbuns «Tobias», da Porto Editora, publicadas não só em Portugal como também, algumas, no estrangeiro (Dinamarca, França, Japão, Marrocos, Líbano), Manuela Bacelar nasceu em Coimbra, em 1943 e fez os seus estudos secundários na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis, no Porto, frequentando também a Escola Superior de Artes Aplicadas, em Praga, durante sete anos (1963-1970) sob o estatuto de bolseira, tendo terminado o curso de ilustração. Residente no Porto desde 1971, tem-se dedicado à ilustração, à escrita e à pintura, contando já com muitas exposições individuais e colectivas, assim como grandes distinções, das quais são exemplo o Prémio Maçã de Ouro da Bienal de Bratislava (1989), o Prémio Gulbenkian da Ilustração (1990), a nomeação para o Prémio Octogónes (França, 1992), o facto de se encontrar na lista de honra do Prémio Pier Paolo Verggero em Pádua (Itália, 1993), a obtenção do Prémio Octogónes por Mon Grand Pire, um dos melhores livros estrangeiros publicados em França, entre outras.
Este é um álbum narrativo, claramente destinado aos mais pequenos, cuja componente icónica apresenta um papel determinante, dado que esta vive por si só, daí que o facto de a extensão desta componente relativamente à parte textual seja intencional para prender o leitor à história e à viagem do dinossauro, viagem esta que permitiu ver “gente igual, gente diferente”, “casas de todos os tamanhos” e que termina no mesmo lugar em que teve início, sendo que “tudo ficou como antes”, tal como nos sonhos, uma vez que após o despertar, não resta nenhuma recordação nem prova concreta a não ser a memória dessa viagem. Impossível é, ainda, ficar indiferente ao desfecho inesperado, perante o qual é inevitável sorrir ou, na versão actual, emitir um sonoro “daaah”!.

Recensão realizada por Mª La-Salete Teixeira e Virginie Gomes

08 janeiro, 2007

Call for Papers

LIBEC Line
Revista em Literacia & Bem-Estar da Criança

Prazo limite de submissão dos artigos – 28 de Fevereiro de 2007
Os artigos podem ser submetidos em português ou em inglês
Está aberta a 2º chamada para artigos para a LIBEC Line - Revista em Literacia & Bem-Estar da Criança. Esta revista on-line, de natureza científica, destina-se a dar a conhecer a investigação do campo interdisciplinar dos estudos da infância. A revista publicará dois números por ano.
Esta revista tem como destinatários especialmente investigadores(as), professores(as), educadores(as), psicólogos(as), sociólogos(as), profissionais da saúde e estudantes de pós-graduação, que intervêm junto da infância.
Para todos os artigos submetidos em português ou em inglês, é obrigatório o envio, na 2ª página, do título, resumo e palavras-chave numa segunda língua. 1ª página – título, resumo e palavras-chave - endereço 2ª página – Title, abstract and key-words
Normas para a apresentação dos originais
1) Os originais propostos para publicação na revista devem ter uma extensão entre 3500 e 6500 palavras, que se apresentarão numeradas, em formato A-4, escritas a espaço 1/2, em Times New Roman, tamanho 12. Os originais devem ser acompanhados de um resumo com um máximo de 250 palavras, em português e em inglês, com indicação de palavras-chave. Os trabalhos propostos devem ser originais; não devem ter sido publicados em nenhuma outra revista ou livro, na mesma língua, nem estar em processo de revisão para outra revista.
A bibliografia deve surgir no final, sob a designação de referências bibliográficas; os livros ou artigos incluídos nela serão ordenados alfabeticamente por apelido do autor ou dos autores, seguindo as normas da APA (http://www.apastyle.org/):
Livros:
Potter, J. (1996). Representing reality. Discourse, rhetoric and social construction. London: Sage.
Capítulos de livros: Valriu, C. (2000). Els personatges fantàstics: les bruxes, els mags, les fades. In Gemma Lluch (ed.), De la narrativa oral a la literatura per a infants. Invenció d’una tradició literária (pp.95-131). Alzira: Bromera.
2) Os trabalhos apresentar-se-ão da seguinte forma: a. Título (corpo 14, centrado, negrito) b. Autor(es) (corpo 14, sem negrito) c. Resumo em inglês d. Keywords e. Resumo em português f. Palavras-chave g. Trabalho h. Referências bibliográficas i. Direcção completa de um dos autores 3) Os trabalhos que façam parte ou sejam fruto de projectos de investigação deverão fazer referência à metodologia empregada.
4) Os autores remeterão os seus trabalhos ao ou aos coordenadores da edição, por correio electrónico para o endereço electrónico do LIBEC libec@iec.uminho.pt
5) Os trabalhos serão examinados, numa primeira instância, pelo ou pelos coordenadores da edição, que verificarão os seus aspectos formais; posteriormente serão avaliados, com carácter anónimo, por dois especialistas.
6) A revista terá uma periodicidade semestral, com publicações em Fevereiro e Julho de cada ano.
7) A Direcção definirá em que número se editarão os trabalhos aceites.
8) Cada 5º número da revista será integralmente editado em língua inglesa.
9) Os diversos números da revista terão um dossier temático, sendo igualmente aceites para publicação recensões críticas.
10) A publicação de trabalhos nesta revista não dá direito a alguma remuneração. Os direitos editoriais são propriedade da revista e é necessária a sua autorização escrita para qualquer reprodução.
11) A revista poderá ser consultada em ambiente aberto, via webpage. O autor compromete-se a corrigir as primeiras provas de imprensa num prazo não superior a 15 dias a partir da sua recepção, não podendo incluir nas mesmas nem texto, nem materiais novos ou modificações importantes.
12) A responsabilidade do conteúdo dos artigos é dos seus autores, que deverão obter autorizações correspondentes para a reprodução de qualquer ilustração, quadro, tabela ou figura, retirados de outros autores e/ou fontes.

LIBEC Line Journal on Literacy & Children’s Welfare
Deadline for submissions – February, 28, 2007
Papers can be submitted either in English or in Portuguese.
The author(s) must include an abstract in English. Title and abstract of accepted papers will be locally translated to Portuguese or can be included in the original paper by the author. Journal’s basic description This journal is an electronic publication of a scientific nature in the area of research of childhood studies. It will be published twice every year.
The electronic Journal LIBEC Line – Journal will have as potential readers, those working closely with childhood issues, such as teachers, educators, psychologists, sociologists, health professionals and research students.
Rules for the presentation of papers:
1) The papers proposed must have a size between 3500 and 6500 words, with all the pages numbered, in A4 size, with 1.5 spaces between lines, Times New Roman font, size 12. An abstract of no more than 250 words should be included, as well as the keywords. The papers proposed have to be original and never published on another journal or book in English, nor being analysed by another journal. References should be at the end, ordered alphabetically according to the norms of APA (American Psychological Association):
Books:
Potter, J. (1996). Representing reality – Discourse, rhetoric and social construction. London: SAGE.
Book chapters:
Valriu, Caterina (2000). Els personatges fantàstics: les bruxes, els mags, les fades. In Gemma Lluch (ed.), De la narrativa oral a la literatura per a infants. Invenció d’una tradició literária (pp.95-131). Alzira: Bromera.
2) Specific format: a. Title (Body 14, centred, bold) b. Author(s) (Body 14) c. Abstract in English d. Keywords e. Text f. Bibliographic references g. Complete address of one of the authors
3) The papers that are the result of a research should have the methodology clarified.
4) Authors should send their works to the editorial board, through e-mail, to the address libec@iec.uminho.pt 5) Papers submitted will be examined at first, by the editorial board, to check formal aspects; later two referees will evaluate them, anonymously.
6) The journal will have two numbers per year, in February and July.
7) The Editorial board will decide in which number the accepted papers will be published.
8) Every fifth number will be completely English-based.
9) All numbers will have a thematic dossier; Book reviews will also be considered.
10) Published papers will give no right to any payment; the publishing rights will be property of the journal and reproduction will need written agreement.
11) The journal can be consulted on its webpage; authors will have 15 days to correct their paper before being published on-line and cannot introduce nor new text nor new materials that are not required.
12) Responsibility for the paper’s content rests with the authors, who will have to obtain authorization for the inclusion of any illustration, table or figure, taken from other authors or sources.
Editor libec@iec.uminho.pt LIBEC, Universidade do Minho, Av. Central nº 100, 4710-229 Braga, Portugal

Eragon



PAOLINI, Cristopher (2004). Eragon. Vila Nova de Gaia: Edições Gailivro.

Ao escrever e publicar o primeiro livro da Trilogia da Herança, Eragon, Cristopher Paolini estava longe de imaginar, que este se iria tornar num best-seller ao nível mundial. Eragon seduziu e continua a fascinar pequenos e graúdos através da sua viagem em busca da identidade como Cavaleiro do Dragão, da sua coragem e pela doce amizade que mantém com o dragão Saphira.
Quando Eragon encontra uma pedra azul polida na floresta, acredita que poderá ser uma descoberta bendita para um simples rapaz do campo: talvez sirva para comprar carne para manter a família durante o Inverno. Mas quando descobre que a pedra transporta uma cria de dragão, Eragon depressa se apercebe de que está perante um legado tão antigo como o próprio Império. De um dia para o outro, a sua vida muda radicalmente, e ele é atirado para um perigoso mundo novo de destino, de magia e de poder. Empunhando apenas uma espada legendária e levando os conselhos dum velho contador de histórias como guia, Eragon e o jovem dragão Saphira terão de se aventurar por terras perigosas e enfrentar inimigos obscuros, dum Império governado por um rei cuja maldade não conhece fronteiras. Conseguirá Eragon alcançar a glória dos lendários heróis da Ordem dos Cavaleiros do Dragão? O destino do Império pode estar nas suas mãos...
Esta brilhante narrativa de aventura e romance, assumidamente influenciada pela saga O Senhor dos Anéis de J.R.R Tolkien, envolve o leitor no mundo mágico dos dragões, elfos, anões, reis, batalhas, espectros e, naturalmente, os humanos. A obra encanta pela sua estrutura e história pois, esta, contém a essência e a vivacidade necessárias para levar o leitor a embrenhar-se na leitura das venturas e desventuras da jovem personagem querendo virar sempre “só mais uma página”. O livro em si está adequado tanto para leitores mais jovens, como para os mais crescidos, pois a história atrai pela simplicidade com que flúi e se desenrola, mostrando ao receptor não só a viagem do personagem, mas também conteúdos sobre a Algalesia, ou seja, a terra de Eragon, sua história desde a fundação, suas cidades e leis, o nascimento dos Cavaleiros do Dragão e as guerras entre as várias raças.
É, sem dúvida alguma, um épico da literatura fantástica que mistura elementos mágicos com o real numa teia intrincada. A estrutura narrativa, o rigor da descrição, a dimensão humana dos seres imaginários, que potencia a identificação do leitor com os heróis e, desejavelmente, a qualidade poética aliada a uma capacidade imaginativa imensa, tudo isto contribui para tornar o fantástico verosímil. Nas crianças esta obra poderá despertar o gosto pela leitura através do fantástico e da magia, aliada a um enredo apelativo que sem dúvida fará as delícias dos mais novos, sendo que possuí uma vertente que exalta os valores da amizade, do amor, da bondade, da honestidade e acima de tudo da justiça.


Ângela Gonçalves
Cátia Prazeres

O elefante cor-de-rosa



DACOSTA, Luísa (2005). O Elefante cor-de-rosa. Colecção “Obras completas de Luísa Dacosta”. Ilustrações de Armando Alves. Porto: Edições ASA
ISBN: 972-41-4184-5



Esta é a obra reeditada de um pequeno conto de Luísa Dacosta – porventura um dos mais emblemáticos da sua obra no domínio da literatura infantil –, que conserva as ilustrações originais da primeira edição (de 1974), da autoria de Armando Alves.
Luísa Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas. Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. É isto que a motiva a escrever para crianças.
Armando Alves nasceu em Estremoz, em 1935, formou-se na ESBAP com vinte valores e aqui foi professor entre 1962 e 1973.
O Elefante cor-de-rosa faz parte do Plano Nacional de Leitura, para alunos do 4º Ano. No entanto, este livro é recomendado para crianças a partir dos 6 anos. Neste livro conhecemos um maravilhoso e gracioso elefante, da cor dos sonhos das crianças, que habita junto com outros elefantes, num mundo perfeito «fora da nossa galáxia, mundo pequenino, forjado no bafo de outras estrelas e aquecido por outro sol» (Dacosta, 1996: s/p). Este mundo vai-se desmoronando, ficando um pequeno elefante cor-de-rosa «só no sozinho» (idem, ibidem: s/p). Com a ajuda de um pequeno cometa, vai aterrar na imaginação de uma criança, onde nunca mais sentirá solidão.
Assim, neste livro, num primeiro momento, verifica-se a existência do elefante cor-de-rosa e do “mundo amável” em que ele vivia, juntamente com outros elefantes cor-de-rosa. Era um mundo de paz e de alegria, onde não havia sofrimento. Confrontado, num segundo momento, com a morte inesperada deste seu mundo, o elefante vê-se obrigado a partir e acaba por ir viver para a imaginação de uma criança.
Uma história de sonho e fantasia, que aborda, porém, ainda que de forma subtil, valores tão importantes como a amizade, a solidariedade e a entreajuda. Aparentemente simples, na forma e no conteúdo, este pequeno conto revela-se, afinal, fortemente cativante, seduzindo tanto pela riqueza das emoções que desperta como dos simbolismos que encerra.

Ângela Gonçalves e Cátia Prazeres

07 janeiro, 2007

O mal amado

Mota, A. (2002). O Galo da Velha Luciana. Vila Nova de Gaia: Gailivro. (Ilustrações de Elsa Navarro).
ISBN 972-8723-65-2

O Galo da Velha Luciana é uma obra da autoria do escritor António Mota que, desde 1979, tem vindo a publicar regularmente para crianças e jovens. Tem cerca de quatro dezenas de títulos publicados. Recebeu em 1983 um prémio da Associação Portuguesa de Escritores por O Rapaz de Louredo, em 1990 o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura para crianças por Pedro Alecrim e em 1996, o Prémio António Botto por A Casa das Bengalas. Desde 1980, tem sido solicitado a visitar escolas do Ensino Básico e Secundário, assim como bibliotecas públicas, em diferentes pontos do país e do estrangeiro, fomentando, deste modo, o gosto pela leitura entre crianças e jovens. Colaborou com vários jornais e participou em diversas acções organizadas por Bibliotecas e Escolas Superiores de Educação. Os seus livros estão antologiados em volumes de ensino do Português e tem obras traduzidas em Espanha e Alemanha.
O presente livro com apelativas ilustrações de Elsa Navarro, diverte e ensina, indo, assim, ao encontro dos gostos literários dos leitores mais novos. Nesta pequena obra são contadas as peripécias vividas por um galo, um “bicho” que a velha Luciana muito estimava. Apesar deste ser ignorado por todos, tentou salvar a velha Luciana das chamas. Será que o conseguiu?
Esta é uma história marcada por uma coloração maravilhosa, muito ao sabor de uma certa escrita dedicada a um público infantil, faceta para a qual contribuem, também, as divertidas ilustrações de Elsa Navarro. Como não podia deixar de ser, esta obra tem um final positivo, muito do agrado, aliás, dos pequenos leitores.
De referir também que, na nossa opinião, o pequeno livro de António Mota deixa escapar, ainda que subtilmente, uma valiosa mensagem – devemos sempre fazer os possíveis e os impossíveis para ajudar outras pessoas, mesmo que para isso tenhamos que ultrapassar a indiferença dos outros.
Lúcia Simões e Maria José Cunha

O Ressuscitado

Meireles, M. J. (2003). A Lenda do Galo de Barcelos. Porto: Campo das Letras. (Ilustrações de Joana Quental).
ISBN 972-610-719-9
A Lenda do Galo de Barcelos é uma obra da autoria de Maria José Meireles, escritora portuguesa, licenciada em História e professora efectiva na escola EB 2,3 João de Meira em Guimarães, onde exerce intensa actividade pedagógica. Para além disso, Maria José Meireles é co-fundadora da Cooperativa de Ensino Árvore, em Guimarães. Nos últimos anos tem-se dedicado à escrita para crianças e jovens.
Joana Quental, designer, ilustradora e docente, obteve, em 1992, a licenciatura em Design de Comunicação pela Faculdade de Belas-Artes do Porto, tendo em 2001 concluído o Mestrado em Arte Multimédia. Estagiou no Atelier de João Machado e é desde 1997 Assistente de Design de Comunicação na Universidade de Aveiro. A sua actividade profissional tem-se repartido pelo desenho animado, multimédia, produção de material escolar, genéricos de televisão e ilustração de livros, nomeadamente didácticos e literatura infantil. Em 1997 recebeu a Menção Honrosa no Concurso Nacional de Ilustração Infantil promovido pelo IPLB e IBBY.
A Lenda do Galo de Barcelos reporta-nos para o mundo do imaginário e do maravilhoso, reunindo e materializando o mundo amplo dos desejos: um galo, pronto a ser consumido, mostra-se capaz de cantar! Para além disso, é um livro que retrata uma lenda ligada a um local concreto, no qual a História está bem patente.
Profusamente ilustrado, dá-nos a possibilidade de o explorar em qualquer uma das etapas do 1º ciclo, nomeadamente quando se abordam as lendas. A partir destas, as crianças podem ser convidadas a descobrir e a combinar os factos reais e históricos que aconteceram com os factos irreais que são meramente produto da imaginação aventuresca humana. Neste sentido, os elementos do imaginário ou do maravilhoso sobrepõem-se aos factos reais, em que a lenda é a explicação para um fenómeno histórico e transfigurado pela imaginação popular.
Lúcia Simões e Maria José Cunha

04 janeiro, 2007

A Desmistificação do Nascimento


Cole, B. (2002). A Mamã pôs um Ovo! 4ª Ed. Lisboa: Terramar. (ilustrações: Babette Cole)
ISBN: 972-710-177-1


A Mamã pôs um Ovo é uma obra da autoria da escritora inglesa que, aos sete anos, já havia escrito o seu primeiro livro, Babette Cole. Além de escrever, Babette também se dedicou à arte de ilustrar. Unindo as duas habilidades, tornou-se um talento reconhecido mundialmente, que pode ser comprovado nas mais de 70 obras publicadas, voltadas principalmente às crianças. Revelada pela Terramar, em Portugal, Babette Cole é um dos actuais grandes nomes da literatura e da ilustração para crianças. Senhora de um humor corrosivo, tipicamente britânico, consegue seduzir não só os pequenos leitores como também os próprios adultos.
A mamã pôs um ovo é um livro surpreendente que aborda, de uma forma singular, a questão da educação sexual. Carregado de humor e ironia, recheado de ilustrações, dá-nos a possibilidade de explorá-lo em qualquer uma das etapas do 1º Ciclo. É nesta fase que a criança começa a descobrir o mundo real.
O presente álbum poderá ser, tendo em conta as preocupações que continuam a existir com a introdução deste tema nas escolas, um excelente veículo para responder às dúvidas que vão surgindo, e que são ainda maiores quando as respostas que as crianças obtêm são ambíguas e até contraditórias.
Tratando-se de um álbum, as ilustrações destacam-se pela sua originalidade, pela forma coerente como acompanham o texto, que, por sua vez, contém uma linguagem simples, do quotidiano das crianças, permitindo que estas compreendam a mensagem. O uso recorrente ao nonsense é outro dos aspectos que enriquecem toda a narrativa, contribuindo para o aumento do suspense relativamente ao seu desfecho, que, por sua vez, é inesperado e surpreendente.

Glória Magalhães e Rui Maciel

A Origem do Nome

Alice Vieira. (2001). Trisavó de Pistola à Cinta e Outras Histórias. Lisboa: Editorial Caminho.
ISBN: 972-21-1422-0

Trisavó de Pistola à Cinta é um texto de género infanto-juvenil de Alice Vieira, inserido na colectânea Trisavó de Pistola à Cinta e Outras Histórias.
Alice Vieira nasceu em 1943 em Lisboa. É licenciada em Germânicas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Recebeu em 1979, o Prémio de Literatura Infantil Ano Internacional da Criança, em 1983, o Prémio Calouste Gulbenkian de Literatura Infantil e em 1994 o Grande Prémio Gulbenkian, pelo conjunto da sua obra. É hoje uma das mais importantes escritoras portuguesas para jovens, tendo ganho grande projecção nacional e internacional. Recentemente foi indicada pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata portuguesa ao Prémio Hans Christian Andersen. Trata-se do mais importante prémio internacional no campo da literatura para crianças e jovens, atribuído a um autor vivo pelo conjunto da sua obra.
Trisavó de Pistola à Cinta é uma narrativa que conta a história de uma série de gerações de mulheres com o mesmo nome, “Benedita”. Tal facto deve-se a um suposto acto heróico, base de todo o enredo, executado por uma antepassada da narradora (a trisavó) no século XVI, aquando a ocupação do território português pelos espanhóis.
A obra destaca-se pela sua vertente humorística e pelo mistério que envolve a protagonista, captando a atenção e espicaçando a curiosidade do leitor relativamente ao seu desfecho. A sequência das peripécias encaminha-nos para um clímax inesperado devido a uma descoberta acerca desta “super trisavó”, que resulta no término da geração das “Beneditas”.
Glória Magalhães e Rui Maciel

" A terrível papa verde"

Come a sopa, Marta!
Texto: Marta Torrão
Ilustração: Marta Torrão
Editora: O Bichinho de Conto
Ano de publicação: 2004
ISBN: 972-95593-7-6


Come a sopa, Marta! é um álbum com ilustração de Marta Torrão, que se estreia aqui como autora do texto verbal. Esta obra foi editada no ano de 2004 pela editora “O Bichinho de Conto”, e no ano seguinte a autora recebeu o Prémio Nacional de Ilustração com este livro.
Come a sopa, Marta! conta-nos a história de uma menina chamada Marta, que, como tantos outros meninos, não gostava de comer sopa e que todas as noites ficava a «olhar para toda aquela papa verde», tentando encontrar uma forma de a comer sem ter que a cheirar. A personagem, ao longo de toda a história, vai-se deparando com várias situações caricatas, como, por exemplo, numa altura em adormece tentando comer a sopa, e sonha que lhe saem de lá ovelhas com ervilhas na boca, seguidas de moscas com bocadinhos de cenoura, as quais ela tenta afastar com a colher. Depois um certo dia, Marta é surpreendida com um prato novo, que foi a forma que a mãe encontrou de a deixar muito curiosa, para assim ela comer a sopa toda. A mãe disse-lhe que se comesse tudo conheceria o “Chico”. Curiosa que ficou, Marta foi falar com quem achava que lhe podia dizer quem era o Chico, assim foi perguntar à irmã, ao gato, ao pai, mas ninguém lhe soube dizer. Foi então, devido à sua enorme curiosidade para saber quem era o Chico, que a Marta «engoliu de uma vez toda aquela papa verde (…). Quando abriu os olhos encontrou no fundo do prato… o Chico» (Torrão, 2004:36, 37, 38). Logo de seguida, ela pensou como é que iria comer a sopa no dia seguinte «Agora que já conheço o Chico» (Torrão, 2004:39). Desta forma acaba a história, com duas páginas finais de imagens de fundos de pratos, todos diferentes.
Assim, e em jeito de síntese, podemos dizer que o livro Come a sopa, Marta! reflecte uma situação do dia-a-dia das crianças, e com a qual os pequenos leitores se identificarão e reverão.
Esta obra é um álbum adequado a crianças nas primeiras idades, com a capacidade de estimular o gosto pela leitura nos mais pequenos, desenvolver as suas competências lecto-literárias, bem como o gosto estético.
Para terminar, podemos referenciar que as ilustrações são bastante sugestivas e, de certa forma, despertam elas também a curiosidade sentida pela personagem em conhecer o “Chico”.

"Maldição molhada"

A Princesa da Chuva
Texto: Luísa Ducla Soares
Ilustração: Fátima Afonso
Editora: Livraria Civilização
Local de publicação: Porto
Ano de publicação: 2005
ISBN: 972-26-2260-9

A Princesa da Chuva é um dos últimos livros da conhecida autora Luísa Ducla Soares, que já nos habituou a histórias divertidas e ricas em mensagens e ensinamentos.
Fazendo um breve resumo, o livro fala-nos da história de uma princesa que, aquando do seu nascimento sua mãe, a rainha, querendo manter as tradições, manda chamar três fadas através de um anúncio de jornal, com o objectivo destas fadarem a pequena menina. Isto começa desde já a mostrar-nos, de certa forma, a perda de magia dos contos de fadas na nossa sociedade, que por sua vez está mais calculista. Desta forma as fadas aparecem, mas reclamam ser pagas com realeza, pois «se há tempo para fadar; há tempo para pagar», que, mais uma vez, é uma verdadeira referência ao mundo materialista em que vivemos e ao qual as crianças se encontram sujeitas. Ao fadar a pequena princesa, uma das fadas atribui-lhe um dom muito peculiar, que é o de chover onde quer que a menina se encontre, consequência de ter feito «chichi» no vestido da sua fada madrinha, daí vem o título do livro A Princesa da Chuva. A princesinha cresce então solitária na torre mais alta do seu castelo, pois a sua presença “pluviosa” incomodava toda o reino. Certo dia, decide ir embora num bote, poupando todos da sua presença “desagradável” e levando-a para onde fazia mais falta, como nos desertos, conseguindo assim transformar a sua maldição numa bênção, no reino onde a sua condição fizesse falta.
Em termos estruturais, Luísa Ducla Soares apresenta uma narrativa que, por vários momentos, toca o mundo maravilhoso e mágico, onde aparecem figuras – tipo (reis, rainhas e princesas) e personagens do imaginário (fadas). A abundante ilustração e o discurso narrativo indicam ao leitor que não deve levar a sério as fadas, pois aqui, como acontece em outras histórias da autora, o maravilhoso é parodiado e algumas das situações mostradas acham semelhança no mundo real, despertando assim o sentido crítico do leitor. Esta narrativa utiliza um discurso apelativo, onde encontramos vários recursos estilísticos, tais como, metáforas e jogos de palavras e sons, aliterações (sobretudo do “r”) e repetições (por exemplo, a do três: “três fadas”, “três pratos de ouro”;a chuva que “caía, caía, caía”, “três anos a princesa…”, etc.).
Quanto à ilustração, que está a cargo de Fátima Afonso, este livro mostra-se bem ilustrado com imagens sugestivas, com grande variedade de cores e tamanho, pois em várias situações encontramos a própria ilustração a “sair” da página. A capa e contracapa têm um fundo cor-de-rosa que, de certa forma, poderá simbolizar o sonho, simbolismo também, por vezes, associado a esta cor. As guardas, por sua vez, são de cor esverdeada, o que poderá representar a prosperidade, a generosidade e o equilíbrio, entre outros dons desejados pela mãe da princesa, após ser fadada pelas suas madrinhas fadas.
Para terminar posso referir também que cada página de texto tem a acompanhar uma página inteira de ilustração, o que permite ao leitor uma mais adequada compreensão da história.

03 janeiro, 2007

Livraria Almedina acolhe Encontros sobre Pedagogia e Educação

LIVRARIA ALMEDINA
Atrium Saldanha, loja 71, 2º piso, Lisboa



Organização: Luísa Araújo e Almedina



Dislexia (II Parte)
16 de Março, às 19:00 horas
Luís Querido
Psicólogo Clínico, especialista em dificuldades específicas de aprendizagem

A ideia segundo a qual os problemas de aprendizagem da leitura se devem essencialmente a deficiências de capacidades relacionadas com a linguagem é hoje a concepção largamente dominante nos meios científicos.
No entanto, ainda não é dominante no meio dos técnicos de ensino, tal como não o era há uns 20 anos nos meios científicos.
Nos anos 70, os trabalhos de Vellutino, investigador americano, demoliram a concepção "visual" das
dificuldades na aprendizagem da leitura. Nesta sessão iremos conhecer alguns deles.

Formar Leitores: Língua Materna e Literatura Infantil
20 de Abril, às 19:00 horas

Fernando Azevedo
Professor do Departamento de Ciências Integradas e Língua Materna do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho

As preocupações com o sucesso escolar dos alunos no Ensino Básico são manifestas na sociedade portuguesa. A existência de graves lacunas na forma como os alunos utilizam a língua materna como veículo de aprendizagem e de comunicação exige uma reflexão sobre as práticas pedagógicas que conduzem à consolidação de saberes e ao uso adequado da língua nas suas dimensões funcional e estética.
Nesta sessão, serão discutidos aspectos ligados à formação de leitores hábeis e apresentadas noções práticas sobre como converter a língua em objecto explícito de ensino e de aprendizagem.
A apresentação de obras recentes sobre esta temática permitirá aos professores no activo, aos professores em formação e ao público em geral aprofundar o seu conhecimento sobre elementos nucleares no ensino da língua materna.
A Aprendizagem da Leitura e a Aprendizagem da Matemática
18 de Maio, às 19:00 horas
José Morais
Psicólogo, Unidade de Investigação em Neurociências Cognitivas, Universidade Livre de Bruxelas
Os resultados de estudos internacionais, nomeadamente do PISA, reflectem um panorama pouco animador que nos aguça o desejo de ter uma escola melhor, onde os alunos possam obter melhores resultados a matemática e a língua portuguesa. A psicologia cognitiva oferece-nos um olhar privilegiado sobre a natureza dos processos cognitivos implicados na aprendizagem destas duas disciplinas e dá resposta
a questões fundamentais que podem contribuir para melhorar o seu ensino.
O que há de comum entre a leitura e a matemática?
Como se desenvolvem?
Será que são competências distintas ou complementares?
Em que medida é que se relacionam?
Nesta sessão, iremos discutir as relações entre a leitura e a matemática, assim como a intervenção da memória de trabalho em ambas, tendo por base resultados experimentais recentes. Julgamos deste modo contribuir para esclarecer questões ligadas à prática pedagógica dos docentes e à avaliação dos psicólogos no que concerne a dificuldades de aprendizagem.

O abraço perfeito


LETRIA, José Jorge (2005), A árvore dos abraços.
Ilustração de Joana Quental. Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições.
ISBN: 989-552-119-7
Conto Infantil


A árvore dos abraços é um livro escrito por José Jorge Letria. O autor nasceu em Cascais em 1951 e iniciou a sua actividade literária no suplemento «Juvenil» do Diário de Lisboa. Foi desde 1970 redactor em vários jornais, trabalhando também como guionista e autor de programas de televisão. Foi vereador da Cultura da Câmara Municipal de Cascais de 1994 a 2001 e editor e subchefe de redacção de JL. Colaborou em várias publicações e da sua obra destaca-se a poesia, encontrada em grande parte compilada em O Fantasma da Obra (1973-1993), de 1993. É também autor de livros destinados à infância.
Este livro conta a história de uma árvore que se sente triste por ser banal, mas um dia, uma mãe e seu filho sentaram-se na sua copa a ler histórias, o que a deixou muito feliz. Mais tarde, o filho apareceu lá sozinho a chorar a morte da mãe e ela, para apoiá-lo, abraçou-o com os seus ramos fazendo-o adormecer. A notícia espalhou-se e a árvore passou a acarinhar todos, sendo reconhecida por dar o melhor dos frutos: o amor.
É um texto narrativo em forma de conto infantil, repleto de fantasia e maravilhoso, que nos faz pensar acerca da natureza e analisar se lhe damos ou não o valor suficiente, apelando a uma atitude de harmonia face às questões da ecologia. Deste modo, o livro é extremamente interessante que faz parte dos "Textos susceptíveis de emanciparem o imaginário dos seus leitores..." (Held, 1987:183). Igualmente os paratextos (capa e título) despertam imediatamente curiosidade, especialmente o título por causar estranhamento; as guardas também são chamativas visto terem desenhados braços interligados, que em tudo se relacionam com esta história.
A narrativa inicia-se com a expressão hipercodificada "Era um vez…" (Letria, 2005), o que previamente envolve o leitor no mundo da fantasia e do imaginário num universo ficcional. Ao longo da história, a intertextualidade está presente quando se faz referência e enaltece o escritor Goethe e outras obras como o Peter Pan, a Alice, o Pinóquio e o Principezinho, além disto, as crianças podem activar os seus quadros de referência intertextuais através dos valores como o afecto e o amor pois várias histórias que contêm fantasia e sonho relacionam-se intertextualmente com esta.
Quando a criança perde a mãe, há muito respeito pela individualidade e um olhar mais tolerante do mundo, que se pode observar quando a árvore se sente triste por não saber como ajudá-la, sendo aqui o amor e a ternura evidenciados como essenciais.
Ao longo do livro visualizam-se ilustrações fabulosas de Joana Quental que interlaça magnificamente o texto icónico e o texto verbal na medida em que estes se complementam através da utilização de técnicas de ilustração cativantes e muito coloridas que tornam o livro mais agradável e motivante para os mais novos. É fundamental evidenciar que a história acaba por ser muito criativa, pois é deixada pendente uma pergunta retórica que representa um espaço em branco, que levará as crianças a imaginar se haverá ou não uma árvore a nascer para substituir a árvore dos abraços.
É um livro que comporta uma novidade semiótica, rompendo assim com determinados estereótipos relativos aos livros infantis. Além disso, as suas marcas de literariedade permitem ao leitor estabelecer uma relação entre o que lê e o que se passa no mundo empírico e histórico-factual, podendo, desta maneira, contribuir para levar as crianças a respeitarem a natureza e olhá-la de modo diferente. O autor pretende mostrar às crianças o valor incalculável da amizade e do carinho bem como as questões da ecologia, dando a entender que devemos preservar aquilo que nos faz falta, tal como o amor e a natureza. Uma criança, ao ler este livro, vai aperceber-se que realmente as árvores não são estimadas apesar de serem fonte de vida ao darem-nos o oxigénio, que é tão fundamental quanto o amor.

Misteriosa Sabedoria


PEDREIRA, Maria do Rosário (2005). A biblioteca do avô.
Ilustração de Joana Quental. Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições.
ISBN: 989-552-112-X
Conto infantil


A biblioteca do avô é um livro escrito por Maria do Rosário Pedreira. A autora nasceu em Lisboa em 1959 e é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Franceses e Ingleses), exercendo actualmente o cargo de directora editorial. A sua poesia, caracterizada por uma forte vontade de escrita, é exímia em retratar a dificuldade do amor e a procura da felicidade. Estreou-se em 1989 com o título Água das Pedras, sob o pseudónimo de Maria Helena Salgado e é igualmente autora de ficção e literatura infantil.
Este texto narrativo em forma de conto infantil trata a história de um menino a quem chamavam Nimbo, era muito distraído e o culpado era o avô por lhe contar histórias fabulosas. Um dia, durante as férias grandes, já depois do avô falecer, descobriu que as histórias que ele lhe contara eram imaginárias pois a sua sabedoria provinha apenas das leituras que fizera na sua biblioteca. Foram assim as melhores férias da sua vida juntamente com os livros.
A narrativa inicia-se com a expressão hipercodificada "Era um vez…" (Pedreira, 2005), o que previamente envolve o leitor no mundo da fantasia e do imaginário num universo ficcional. De facto, é um livro educativo e lúdico que permite aos pequenos leitores entrar na história de Nimbo ao longo de toda a narração pois estes são chamados a aperceberem-se de como se pode obter conhecimento e sabedoria através da leitura, bem como a dimensão da literatura que possibilita o impossível, o sonho e a utopia. Assim, o avô, que nunca tinha saído da aldeia, contava aquilo que ele idealizava dos sítios e situações que lera nos livros, contando essas idealizações ao neto em forma de histórias.
Pelo seu conteúdo e aspecto gráfico, este livro pode suscitar interessantes efeitos perlocutivos proporcionando às crianças uma modificação substancial dos seus ambientes cognitivos visto que a literatura não pode ser lida como um espelho, logo, o princípio da ficcionalidade está interligado pois elas podem imaginar-se dentro da história como participantes dela, interpretando-a à sua maneira.
Em todo o livro deparamo-nos com ilustrações fabulosas de Joana Quental que interlaça da melhor forma o texto icónico e o texto verbal na medida em que surgem associados, mantendo entre si uma relação peculiar de interaccionismo sígnico, que origina um novo e complexo objecto passível de leitura em toda a sua riqueza semiótica. Logo ao abrir-se o livro deparamo-nos com umas guardas admiráveis com letras espalhadas ao acaso, o que, juntamente com os paratextos, capa e título, pré-anunciam ao leitor que se irá falar de letras. Algumas ilustrações parecem ter sido feitas através de recortes de papel, tecido ou tinta espalhada ao acaso, bem como alguns desenhos que pela sua simplicidade poderiam ter sido elaborados por crianças. Existem também variações no tamanho e cor das palavras bem como algumas palavras inseridas na ilustração que proporcionam um aspecto gráfico diferente e moderno, tipicamente contemporâneo. A ilustradora quis de facto atrair os mais jovens leitores através da imagem ao utilizar da melhor maneira uma mescla de cores vivas e atractivas através de métodos de ilustração inovadores.
O percurso desta história pode, de certa forma, assemelhar-se a A Ilha das Palavras de José Jorge Letria pois em ambos se faz alusão ao poder infinito da palavra e à sua importância. No fundo, tanto o protagonista em A Ilha das Palavras como o avô em A biblioteca do avô se tornam sábios, repletos de inspiração graças às palavras ou livros que descobriram, realçando-se sempre o sentido educativo em que de valoriza a ideia de que a palavra vale por si só, não sendo necessário conhecer um exemplo físico mas sim a ideia do que temos dela e o que ela significa para nós.

02 janeiro, 2007

Reading Adventures: Perspectives on Reading and the Culture of the Book

19 - 21 february 2007
Jerusalem, Israel


Chairperson of Steering Committee: Prof. Zohar Shavit, Unit for Culture Research, Tel Aviv University

This international conference will focus on reading and the culture of the book. The conference is being held as part of and in conjunction with the 23rd Jerusalem International Book Fair, and its aim is to put reading and the culture of the book on the educational and cultural agenda in Israel.

CET – the Center for Educational Technology, principle organizer of the conference, has, for the past 15 years, been active in encouraging reading and in developing school libraries. A non-profit organization, CET develops and runs a range of educational programs aimed at promoting free, voluntary reading among children and adolescents. Particular emphasis is given to creating innovative approaches and using the internet as a tool for promoting reading. CET works with a broad cross-section of Israeli society, and aims to involving parents and the wider community in its programs. Furthermore, CET seeks to increase awareness among educators of the importance of free, voluntary reading and its correlation with academic achievements.

Lectures will be given in Hebrew or in English. Simultaneous translation will be available.

Registration Form for the Reading AdVentures Conference
19-21 February 2007
ICC – Jerusalem International Convention Center
Registration forms can be sent by:
Fax to: 972-3-6460927, with credit card details;
Fax to: 972-3-6460927, with a follow-up call to 972-3-6460137/0179/0166 to provide payment details;
Mail to:
CET, P.O. Box 39513, Tel Aviv 61394, accompanied by check or payment details
Checks should be made out to “CET – Reading AdVentures Conference”Personal Details (Items marked * are required)*
Given Name _____________ *
Family Name ____________ *
I.4. Number ___________*
Private Address ____________________________________________________________* Tel: _________________
Cell: _____________________
Fax: _______________________*
E-mail: _____________________________
Registration for the Conference Sessions 20.2.07 – 21.2.07
Registration Fee: One day – $10 Two days – $15I would like to register for: One day – 20 / 21 February (Circle the appropriate date)
Both days
Registration for the Opening Event 19.2.07 (Konrad Adenauer Conf. Cnt., Mishkenot Sha’ananim)
There is no fee for participation in the Opening Event, but you must register in advance Please register me for the Opening Event on 19.2.07 (at no extra charge)
Registration for the Trip to the Dead Sea 22.2.07
Cost of the trip: $70
Registration may be done at the IGT desk during the conference or in advance through IGT:
Tel. 972-2-5619990 Fax. 972-2-5665277
Accommodation:
Accommodation arrangements for conference participants, at special rates, have been made at the Crowne Plaza (formerly Holiday Inn) and Knesset Towers hotels, which are located adjacent to Binyanei Ha’Uma.
For bookings, please contact IGT directly:
Tel: 972-2-5619990 Fax: 972-2-5665277
PaymentBy check:
Enclosed please find check in the sum of $ _____ (Checks should be made out to “CET – Reading AdVentures Conference”)For (please indicate name of participant and the number of days): ____________________________________________ Paid for by employer Paid for by participantName of organization paying _______________________ Signature of authorized officer and stamp ________________Credit Card: Visa Other _____________Number: ________________________________ Valid to ___/___/___Registration forms not accompanied by payment will not be acceptedConfirmation of your registration will be sent to you only upon receipt of your payment
Parking: Parking is available in the Binyanei Ha’Uma parking areas. Participants are responsible for their own parking fees Public Transportation: All "Egged" bus routes to Jerusalem Cancellation: Notice of cancellation should be sent by fax to 972-3-6460927, or by phone to one of the above numbers. Cancellations must be received no later than 12.2.07. Following this date, registration fees will not be refunded.Name: _____________________ Signature: _____________________________
Enquiries and further details:
Mali Salei 972-3-6460188
malis@cet.ac.il

01 janeiro, 2007

Mãe há só uma!

Carvalho, Maria João Lopo de Carvalho (2005). A Minha Mãe é a Melhor do Mundo. Ilustração de Helena Nogueira. Lisboa. Oficina do Livro

ISBN: 989-555-135-5


A partir dos 3 anos

A Minha Mãe é a Melhor do Mundo tem como autora do texto verbal Maria João Lopo de Carvalho, que é licenciada em Letras, passou pelo ensino, publicidade, política e acção social, e de ilustração, Helena Nogueira.
Esta história fala-nos de um menino, o Gil, que se cansou da mãe que tem por não o deixar fazer o que quer. Decide, então, que quer trocar de mãe.
Os seus amigos, Miguel e Rafas, contam-lhe que havia uma loja de mães onde podia escolher a que mais lhe agradasse. O Gil decide ir a essa loja.
Quando lá chega, encontra vários quadros com desenhos das mães que podia escolher. Como não sabia qual era a melhor, decide experimentar todas. Mas nenhuma lhe agradou e como já estava com saudades da sua mãe resolve voltar para casa.
Quando chega a casa não encontra a sua mãe. Esta tinha ido à loja das mães encontrar outro filho. O Gil fica muito triste.
Na manha seguinte, o Gil acorda com a voz da sua mãe e fica contente por esta não o ter trocado pois não encontrou outro filho como o Gil.
O tema desta história é actual visto que se refere ao que acontece nos nossos dias. As crianças queixam-se das mães que têm pois estas não as deixam fazer tudo aquilo que elas querem.
Dessa forma a história permite à criança perceber que a sua mãe é única, que ela está sempre lá quando precisa mesmo que, por vezes, não a deixe fazer tudo o que ela quer.
Permite, também, fazer entender à criança, que o facto de haver outras mães, e às vezes achar que a mãe dos outros é melhor que a nossa, não há nada melhor como a nossa mãe verdadeira.
Desta forma, é uma história ternurenta acerca das relações que as mães têm com os filhos.
As ilustrações, nesta história, são apresentadas de forma inovadora pois estas são cúbicas. Assim, diferenciam-se das outras histórias por serem diferentes. Estas são, também, grandes, engraçadas e com cores atractivas.
A imagem ocupa uma parte do livro, confirmando e acompanhando aquilo que é dito no texto verbal. Este tem uma linguagem fácil e acessível. Desta forma facilita a compreensão da história por parte da criança.
De salientar que na capa do livro se encontra o símbolo da fundação do Gil. A Fundação do Gil, criada em 1999, tem como objectivo a integração social das crianças e jovens que se encontrem internados em unidades hospitalares, prisionais entre outras. Para conseguir realizar os seus projectos, a Fundação promove acções de carácter cultural, educativo, artístico, científico, social e de assistência.
Neste sentido, Maria João Lopo de Carvalho e Helena Nogueira participaram na Fundação com a criação deste livro. Assim como elas já outros autores têm ajudado a Fundação a conseguir atingir os seus objectivos com a venda de livros (em que uma percentagem da venda reverte para a Fundação).

Carina Ferreira

Um outro olhar sobre a adopção!



Gray, Kes (2006). O Coelhinho Tremeliques. Ilustração de Mary Mcquillan. Porto. Gailivro.

ISBN: 989-557-290-5


A partir dos 4 anos

Kes Gray, autor do texto verbal, tem uma carreira com 20 anos no âmbito da qual escreveu livros de literatura infantil, séries de ficção juvenil e anúncios. Relativamente a prémios recebeu o “coveted overall” nos prémios da Federação de livros para crianças e, também, o prémio “Sheffield”, da categoria da ilustração do livro; Mary Mcquillan, autora do texto icónico, é muito conhecida no Reino Unido e tornou-se muito considerada por todo mundo pelas suas ilustrações para livros de crianças.
Este livro fala-nos de um jovem coelhinho, o Tremeliques, que foi adoptado pela Vaca Mil-folhas e o Cavalo Caniço.
Um dia, os seus pais adoptivos decidem contar-lhe a verdade. Tremeliques não percebeu, pois para ele Mil-Folhas e Caniço eram coelhos e seus pais biológicos.
Quando se apercebeu que realmente não podia ser filho de uma vaca e de um cavalo foge para muito longe. Os seus pais tentaram encontrá-lo mas em vão.
Ao regressarem a casa, os seus pais deparam-se com uma criatura estranha. Era Tremeliques que se tinha disfarçado de forma a parecer um cavalo e uma vaca.
Então, estes explicaram-lhe que tal não era necessário, pois para eles, o Tremeliques é seu filho biológico, apesar de ser um coelho.
Esta história incorpora um tema bastante actual e inovador que é a adopção, na medida em que, a partir de uma história para crianças, tenta-se transpor o que acontece na vida real, de forma a quebrar barreiras quando se fala em adopção. É, assim, uma história positiva perante a vida pois mostra uma forma de se abordar o tema sem magoar os sentimentos das crianças. Tenta também fazer ver, tanto aos pais como às crianças, que, para pertencer a uma família, não é necessário haver uma relação biológica e que questões como a raça, cor ou até características físicas diferentes não são obstáculo para que haja uma família.
É uma história de amor que possibilita à criança perceber o significado de família, alargar os seus conhecimentos acerca do mesmo e compreender este tema (adopção). Expor esta história a crianças é gratificante, pois, como já foi dito, permite-lhes perceber o que é a adopção e que não é necessário ser filho biológico para pertencer a uma família.
Quanto às ilustrações, visto este ser um álbum, ocupam grande parte do livro. Estas são grandes, com cores atractivas, e acompanham o texto verbal. Neste sentido ilustram aquilo que é dito, no entanto, podem, também, fornecer ao leitor outras informações que no texto se encontram implícitas. Deste modo permitem expandir horizontes.
O texto verbal é reduzido visto que no livro predomina a ilustração. Neste é utilizado uma linguagem simples permitindo uma adequada percepção das crianças relativamente à informação que é partilhada.
Uma outra referência acerca do livro é o facto de ser parte integrante na tradição das fábulas: as personagens são animais que falam.
Assim como este texto existem outros que permitem à criança perceber o mundo que a rodeia. Temos como exemplo o livro A Mamã pôs um ovo de Babette Cole, que explica a forma como nascem os bebes.

Carina Ferreira